Wednesday, December 17, 2008
Absurdo: manobristas de um salão e casa de estética da Av. Paulo VI, Pituba, tomaram conta da calçada com cadeiras e um enorme sombreiro. Os pedestres? Como sempre precisaram andar pelo asfalto, arriscando a própria vida.
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Nesses tempos de natal melhor ir aos shoppings da cidade de ônibus ou taxi. Estacionar está se tornando impossivel. Gente que trabalha em escritórios e consultorios do Itaigara, Iguatemi e Tancredo Neves aproveitam que é de graça e param lá.
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Nada mais enfadonho e sem pé nem cabeça do que a minissérie Capitu que a Globo apresentou esta semana. Apesar do estardalhaço promocional, a série não agradou e não passou de uma maluquice pseudo-feliniana que ninguem entendeu.
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A Casa da Amizade, instituição ligada ao Rotary Clube, inaugurou novas instalações esta semana durante um coquetel concorridissimo. A entidade reune senhoras ligadas ao clube e presta um belo serviço na área educacional.
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“O esplendor dos pássaros” é o tema do reveillon do Hotel Catussaba Resort, em itapuã, que será animado por duas bandas, a Kondendê e a Orquestra Fred Dantas. O tema foi escolhido para realçar o ambiente natural do hotel, situado a beira mar.
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Dia 21 de dezembro tem dança no Parque da Cidade. A facilitadora Sirlene Barreto realiza mais uma manhã com danças circulares sagradas comemorando o encerramento do ano. Vale conferir.
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Está cada vez mais dificil comprar Pão Plus Vita Light em Salvador. Os sabores Iogurte e Cenoura simplesmente sumiram das prateleiras do Bom Preço. Enquanto isso, o sabor Soja, que é horrivel, e o de Centeio, sem-graça, ficam sobrando. Ninguem quer.
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Com cerca de 20% dos votos, o cantor e compositor Gerônimo tem a preferência dos internautas para ser o Rei Momo do Carnaval 2009. Caetano Veloso está na segunda posição. O compositor Riachão tambem tem sido bem votado.
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Lojas do tipo pegue, coloque no carrinho, pague e leve estão fazendo a festa nesse natal. Uma delas, recém inaugurada na Paralela, está virando verdadeiro point nesses dias antes do natal.
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Pior é que, entre utilidades e bugingangas, os consumidores acabam gastando uma verdadeira nota pois vão enchendo os carros atraidos pelos preços unitários e esquecem de fazer as contas…
Wednesday, December 10, 2008
Selva de prateleiras
Fatima Dannemann
Filósofos, sociólogos, psicólogos, geralmente imersos em suas faculdades e academias, estão perdendo um grande laboratório de todas as perversões e idiossincrasias humanas. Não. Não é o submundo. Pelo contrário, é o lugar considerado mais família da face da terra: o supermercado. Sim, o supermercado em todas as suas versões. Desde os megamercados ao mercadinho da esquina passando por sua versão luxo: as delicatessen. Simples: some um governo desonesto que penaliza as pessoas com preços altos, um dia chuvoso sem opções de lazer, o binômio desigual de excesso de trabalho e escassez de salário, a solidão das grandes cidades e todos os males incubados como transtorno obsessivo compulsivo, fobia social, depressão, bipolaridade e sabe-se lá o que mais. O resultado é uma explosão de empurrões, pontapés, xingamentos, caras fechadas. Ah, e isto inclui clientes e funcionários pois ao cair das máscaras, não se salva ninguém.
Incrível o que um carrinho de supermercado e uma lista de compras produzem no ser humano. Todo seu egoísmo e espírito selvagem vem a tona. Enquanto uma dona de casa xinga os produtores de tomate porque, desde que os nutricionistas descobriram suas propriedades rejuvenescedoras, o preço disparou no mercado, outra empurra o carrinho em cima da demonstradora de uma barrinha de cereais. Lágrimas vem nos olhos da garota mas disseram a ela que "o freguês sempre tem razão" e ela apenas agüenta a dor pior é a humilhação calada. Pois é, ninguém pede licença para atropelar ninguém com o carrinho e quando são as promotoras que oferecem provas de salgadinho, folhetos com receita ou anunciam promoções de uma marca de shampoo. "Ninguém imagina o que eu passo aqui, desabafa a menina atropelada a única cliente que para pra perguntar se ela teve alguma coisa". Pior é a humilhação.
Nos horários de pique, o espetáculo é ainda mais deprimente e lembra velhas brigas entre as tribos primitivas. Salve-se quem puder. Empurra daqui, empurra de lá e ainda usam-se velhinhas para garantir prioridade na fila por causa da idade (delas) embora quem pague a conta, muitas vezes, tenha menos de 40 anos. É uma luta de vale tudo. Caixas fazem cera esperando a hora de ir embora. As filas adentram os corredores e clientes que passam se embolam com clientes que estão na fila em uma batalha verbal de baixíssimo calão onde nem a mãe é poupada. Se alguém abre a boca e reclama, olhares furiosos lhe fuzilam e o fiscal dispara condenando: "o senhor foi o único que reclamou". Reclamar, nos supermercados, dá em nada. Essas lojas, que estão cada vez mais self-service desde que metade dos empacotadores foram dispensados para "contenção de despesas", ignoram os direitos humanos.
Um deles, o direito de transitar em locais públicos. Que público? Um nome impresso nos saquinhos plásticos, anuncio em rádios internos lembram que aquilo lá é mais particular do que condomínio de luxo e mais: piquetes deixam de fora os pivetes e pedintes. De vez em quando um deles fura o cerco mas o segurança "aconselha" a deixar o recinto. E alguém que pode ser a mesma pessoa que envia e chora ao ler "lindas mensagens formatadas" na Internet comenta com rispidez: "ainda bem que espantaram os pivetes". Nem tanto. Eles ainda se prostam nos locais de acesso num corredor polonês constrangedor. Ou você dá ou quem sabe até morre. Mas você não tem para dar, poderia estar ali engrossando a fileira de pedintes se golpes de sorte não lhe ajudassem.
Guerra é guerra. A mídia sempre falou em guerra de preços, na época do Plano Cruzado, donas de casa enfurecidas destilaram toda sua intolerância ou seria vontade de aparecer? contra gerentes de supermercados por aumento de preço ou sonegação de mercadoria. Mas, os donos das lojas assistem a tudo convenientemente de longe. Alguns freqüentam colunas sociais e revistas de fofoca. Outros não fazem questão disso. Poucos devem saber o que se passa lá dentro. A imprensa pouco noticia porque sua presença não é lá muito bem vinda. Estudos científicos? Bom, os esquimós devem ter mais a oferecer sobretudo no calor dos iglus porque todo mundo pesquisa esquimós e nem a metrologia vai ao supermercado conferir que os produtos em oferta estão com sua data de validade praticamente vencida. Só que os supermercados são um prato cheio para os humanistas justamente por sua falta de humanidade. Nos corredores entupidos de carrinhos, nas filas gigantescas e nos estacionamentos onde cada cliente quer mostrar que Airton Senna não morreu transitando em velocidade elevada e se lixando para quem está a pé buscando seu carro ou indo para a loja vê-se o quão selvagem é o ser humano. Mas fale disso com eles e...
Monday, December 08, 2008
Algumas notas sobre festas baianas
hoje é dia de festa na Bahia: Conceição da Praia, uma das mais belas festas religiosas da cidade que, infelzimente, foi engolida pelo lado profano que ficou violento
A Igreja da Conceição, para quem não é baiano, é um belissimo exemplar da arquitetura Barroca situada na cidade baixa, praticamente aos pés de um de nossos cartões postais, o Elevador Lacerda.
Sua fachada é de pedras que foram trazidas de portugal numeradas, como lastro de navio. É nessa igreja que está enterrada Irmã Dulce. Sendo uma das mais bonitas da cidade, é uma das mais procuradas para casamentos e a reserva precisa ser feita com mais de um ano de antecedência.
Bom, outra festa dos últimos dias foi a de Santa Bárbara, 4 de dezembro, que tem procissão, saindo do Corpo de Bombeiros, na Baixa dos Sapateiros, e caruru em vários pontos da cidade. A ritualistica e o menu do caruru é semelhante a de São Cosme, sendo oferecido a sete meninas em caso de pagar promessa.
A próxima festa do calendário baiano será a de Santa Luzia, no dia 13 de dezembro. Santa Luzia protege a visão e é padroeira da cidade siciliana de Siracusa. Aqui em Salvador, sua devoção fica concentrada na Igreja do Pilar, na Cidade Baixa, onde acontece a festa de largo e onde milhares de pessoas vão lavar os olhos na fonte milagrosa.
O que muita gente se esquece é que a primeira festa do ciclo de verão acontece em novembro e não é muito divulgada: é a festa de São Nicodemus, no Cais do Porto, também com caruru e procissão. A mistura religião x festa profana continua até fevereiro quando acontece a maior explosão de alegria do mundo, o Carnaval Baiano.
Thursday, November 27, 2008
Tutti Frutti
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Falando em shopping, o Iguatemi deu uma renovada. Lojas novas, restaurantes sofisticados, e um pouco menos do ar "rodoviária" de antigamente.
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Enquanto isso, estacionamentos lotam no Shopping Salvador mas as lojas nem tanto. Sinal de que o povo que trabalha na Tancredo Neves para o carro lá. E quem compra ó...
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O tracionalíssimo Chez Bernard foi escolhido como o melhor restaurante da cidade esse ano. Quem apostava na gastronomia contemporânea tomou um a zero.
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A diretoria do Bom Preço precisa dar uma olhada na loja da rua Pernambuco, Pituba. Pega muito mal a reunião de funcionários desocupados falando alto bem na entrada dos pedestres.
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Quem trabalha precisa ter momento de descanso, claro, mas não é sentado no muro. Melhor seria ter uma sala ou área para recreação.
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Virou piada, mas ninguem mais obedece um sinal de transito. Nem motoristas, nem pedestres, mas principalmente motoqueiros e ciclistas.
Thursday, November 20, 2008
tutti frutti
Mesmo com o Natal batendo na porta, os comerciantes estão buscando na crise econômica mundial inspiração para seus anúncios. Em vários anúncios, o preço "antigo" do dólar tem sido a "garantia" de preços mais baratos. Detalhe: os produtos são nacionais.
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Apesar disso, muita gente está se limitando a singelas lembrancinhas neste final de ano. A desculpa de algumas pessoas é que a lista de pessoas a presentear é grande e eles não querem deixar ninguém de fora.
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E o show de Madona, heim? Uma certa rede de lojas de departamento está sorteando ingressos para os shows, que vão acontecer no Rio e em São Paulo e estão custando fortunas. Pior que muita gente que vai nem gosta da cantora...
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Barak Obama virou mania mundial. Tudo bem, nos Estados Unidos não existe o ranço brasileiro de só haver liberdade de expressão para quem é a favor do governo, mas alguns programas de TV estão abusando nas piadas e gracinhas.
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Quem também não tem escapado a críticas é a primeira dama leticia, Marisa Letícia. Culpa do excesso de botox que ela colocou no rosto. Pior é Nicole Kidman que mesmo jovem está mais fake que a Barbie.
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Atenção cinemas: a programação da cidade está fraquíssima. Juntando todos os filmes do Cinemark (Shopping Salvador) e batendo no liquidificador não fica meio. É por causa da época. Guardam-se os melhores para janeiro e fevereiro por conta do Oscar.
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E ai, prefeito? O senhor já foi reeeleito. Agora vamos colocar a SET para trabalhar. Na Pituba, está reinando o caos. Carros em cima do passeio, sinais sendo invadidos por ônibus, pedestres sem espaço. Pior: perto da casa dos Barradas...
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O grupo de turismo e yoga na Índia capitaneado pela professora Ludmila Rohr, do Mahatma Gandhi, deve "bombar" em 2009. Um belo "gancho" para inspirar as pessoas deverá ser a novela Caminho das Índias que entra em cartaz em janeiro.
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E o Super-Chef, heim? Curioso, deveras curioso, foi o resultado do programa ter sido publicado no Globo.com muito antes de Ana Maria Braga ter encerrado as votações. Bom, pelo menos o vencedor não foi o Dalton, que não fez nada a não ser namorar.
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Falando em Globo e em Ana Maria Braga, a emissora e a apresentadora andaram forçando barra para lançar moda e alavancar audiência da novela Três Irmãs. Mas as roupas de péssimo gosto apresentada no programa são muito feias.
Thursday, November 13, 2008
Stress atinge 70 por cento dos trabalhadores brasileiros
Médicos, engenheiros, professores, profissionais de marketing, motoristas, policiais, profissionais da área de tecnologia são os trabalhadores mais atingidos pelo stress, conjunto de reações do organismo a situações extremas. Ligado a problemas financeiros, trânsito, questões familiares, profissão, situações de vida, o stress é o principal responsável por acidentes de trabalho e a maior causa de faltas ao ano em países desenvolvidos como os Estados Unidos.
Maria de Fatima Dannemann
Vira e mexe, ouvem-se frases tipo “eu me estressei com ele” , “nós tivemos um stress por causa disso” ou ainda “fulano é estressado”. Considerado o mal do século pelos especialistas, o stress, no entanto, é muito mais do que brigar, se zangar ou ser nervoso. È uma doença provocada pela redução de dois hormônios, adrenalina e cortisol, provocada por situações extremas em casa, no trabalho, no trânsito e que, caso não seja levada a sério, pode levar não só a doenças cardíacas e acidentes de trabalho como a transtornos psíquicos como depressão, síndrome de pânico, medos, insônia, e vários outros. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o stress é uma das principais causas de acidente de trabalho no mundo e de acordo com os dados da Associação Internacional de Gerenciamento do Stress, o Brasil só perde do Japão em número de trabalhadores vitimados pelo stress.
O stress atinge hoje a maioria dos trabalhadores brasileiros – cerca de 70 por cento – especialmente entre professores, marqueteiros, policiais, controladores de vôo, motoristas e médicos. É provocado quando há situações de sobrecarga e muitas vezes nem se deve a fatores negativos. Coisas boas, segundo alguns especialistas, também podem desencadear o problema. Exemplos: comprar, reformar, construir casa, promoção no trabalho com novos desafios, casamento, ganhar na loteria e ter que investir o dinheiro. Não há cura, dizem os especialistas, mas ele pode ser “administrado” ou “gerenciado” através de novos hábitos de vida como alimentação saudável, tirar férias, meditar, fazer exercícios físicos regularmente, além do acompanhamento por uma equipe multidisciplinar incluindo médico, psicólogo, nutricionista, professor de educação física, etc.
Adolescência
Na vida, o ser humano está sujeito a desafios diversos: estudar, ganhar um diploma, ter uma profissão, trabalhar, ser promovido, aparar “arestas” com colegas invejosos ou chefes ditadores, pagar contas. Além disso, há situações de família e vida pessoal e amorosa. Mudanças de casa, de emprego. Casamentos. Tudo isso são situações que podem gerar pressão, preocupação ou até mesmo alegrias tão intensas que a pessoa não tem como lidar com elas. A vida está cada vez mais acelerada, fatos que acontecem distante de nós, com a globalização, acabam nos atingindo (como o assassinato de Isabela Nardoni ou a eleição de Obama nos Estados Unidos explorados ao máximo pela mídia). Resultado disso é que o stress se tornou o mal do século e vem crescendo até em quem não deveria ter muitas preocupações na vida, os adolescentes.
Como se não bastassem todas as questões relacionadas com a transição entre infância e idade adulta ainda há outros problemas como a necessidade de escolher uma profissão entre mil e umas carreiras novas, falta de segurança no trânsito e nas ruas das grandes cidades, horários apertados para os mil e um cursos ou ter que conciliar trabalho e estudo (sim, muitos a partir de 18 anos estão “ralando” para ajudar em casa ou mesmo antes dessa idade). Resultado disso é o organismo sobrecarregado gerando o conjunto de respostas psicológicas e fisiológicas que os especialistas chamam de stress. De repente, o rendimento dos garotos caem, a memória falha, eles ficam ora irritados ora tristes, param de se alimentar. Tudo o que eles precisam é dormir mais, ter uma alimentação saudável, compreensão por parte dos pais e professores (responsáveis por boa parte da pressão que os adolescentes sofrem), ter momentos de lazer e um passatempo produtivo. Isso poderá evitar aos pais problemas bem mais sérios: o stress leva a depressão, maior causa de suicídio entre adolescentes e jovens no mundo.
Conseqüências
Quem acha que “stress” é apenas um evento passageiro como uma briga de comadres vai ficar boquiaberto ao saber sobre suas conseqüências: asma, diabetes, doenças coronarianas, úlcera, infertilidade, falha de concentração, falha de memória, nervosismo, obesidade ou perda de peso. No trabalho pode trazer diminuição de rendimento. No ponto de vista psicológico, as conseqüências são também graves: depressão, ansiedade, abuso de drogas ou substâncias perniciosas, transtornos alimentares como compulsão, bulimia, ou anorexia (apesar de consentida e até incentivada pelo público, a anorexia é doença psiquiátrica).
As causas são internas ou externas como o ambiente ao redor de sua casa ou trabalho – ruas barulhentas ou próximas a “bocas quentes” , por exemplo, em que ninguém fica sossegado – famílias com problemas de relacionamento, dinheiro ou saúde. No trabalho, o stress pode ser resultante de insatisfação com as tarefas realizadas, o salário ganho, relações com colegas (vistos nesses tempos de competitividade como concorrentes ou adversários), e até a sociedade moderna com suas exigências como padrões de status, de beleza, de saúde acaba sendo estressante.
Como gerenciar o stress
Meditação, analise bioenergética, alimentação saudável, o que seria mais eficaz no combate ao stress? Médicos e demais especialistas dizem que não há cura mas que se pode conviver com o stress. Há medidas simples que podem ser eficazes segundo estudiosos americanos como:
- se as noticias do dia lhe deixam ansioso, desligue a TV
- evite pessoas que você sabe que são “chatas”, “enervantes” ou mesmo “desagradáveis.
- procure dividir suas tarefas diárias. Um pouco de cada coisa por dia. Nada de exageros.
- Aprenda a dizer não. Nada de se sobrecarregar por querer ser o “bonzinho” ou por “não poder negar nada a fulano ou sicrano”.
- Em conversas com amigos, evite assuntos polêmicos como política ou religião. Prefira as amenidades.
- Pratique meditação ou yoga.
- Que tal fazer algum esporte ou atividade física?
- em vez de deixar a dieta saudável para “segunda-feira” comece hoje mesmo
- em vez de fazer tudo sozinho como um Atlas ou Cristo pós-moderno, divida responsabilidades.
- divida seus projetos em pequenas etapas em vez de querer fazer tudo de vez (muitas vezes sem conseguir dar conta).
- procure fazer caminhadas, uma dica é deixar o carro em casa e ir a pé a lugares mais próximos.
- diminuir o consumo de álcool e cigarro.
- arrumar um hobby ou passatempo.
Friday, November 07, 2008
Luzes
Fatima Dannemann
Hoje resolvi escrever sobre amenidades Precisamos e no caso eu preciso. Nesses ultimos dias venho me sentindo meio desgostosa. Dá até vontade de culpar a mídia mesmo conhecendo a mídia em seus mínimos detalhes e sabendo que eu, enquanto jornalista e mesmo como público, sou parte dela.
Sim, acho que o público também faz parte da engrenagem que se chama mídia. Isso que as pessoas esquecem: todos são parte de sistema e amidia aliás é apenas o nome genérico que se dá aos diversos meios de formar a opinião pública. O que ocorre é que os meios de comunicação ou quem está por trás deles manipulam essa opinião. Isso ficou claro no caso Eloá. Com o seqüestro (desculpem reformadores ortógraficos, eu ainda uso trema) da menina em Sâo Paulo, assuntos mais importantes e mais vitais ficaram esquecidos. Tudo por conta da sede de sangue que o ser humano tem. Algo como a idéia de que ver alguem bem é bom, ver alguem mal é melhor ainda. Errado, claro, mas tem gente que precisa ver alguem sofrendo para se sentir "aliviado".
Eu fico pensando: quem tem mais sede de sangue? Locutores e repórteres de rádio e TV que precisam de noticias que dão Ibope ou o povo? O povo é belicoso. Não suporta paz porque alguem associou paz ao tédio. A sede de briga vem daí e se a briga for com os outros melhor. Quando isso ocorre em novela, tudo bem, mas quando ocorre na vida real, o bicho pega. E acontece que nem naquele filme (péssimo aliás) desventuras em série. Uma coisa puxa outra
A mídia é apenas o meio mas podem acreditar: o que a TV, os jornais, a net mostram é a vida. Claro que aqui eu falo de fatos e noticias que ocorrem independente dos assessores de imprensa ou dos publicitários. Esses cuidam do oba-oba como o filho de Ivete Sangalo (que perdeu o bebê, tadinha), o "engajamento" de Gisele Bündchen a causa indigena (para vender sandálias, mas tudo bem), o lançamento dos novos blockbusters no cineplex mais próximo e vai por ai Que aliás nem são fatos, são eventos.
Falando nisso fato e evento têm diferença, eu acho. Vejam bem: estou dizendo ACHO Donde se conclui: suponho. Fato me lembra destino, algo que aconteceu porque tinha que acontecer ou porque aconteceu mesmo, infelizmente, e pronto. Evento é programado. Não está traçado pelo destino ou não foi provocado (proposital ou acidentalmente por alguem) mas programado nos mínimos detalhes. Até se repetem mas são sempre diferentes.
E essa coisa de fato e evento me lembrou do assassinato de Isabella Nardoni, no começo do ano, e da menininha portuguesa, uma história internacional até hoje enrolada mas meio esquecida, ou da austriaca presa pelo pai no porão por uma vida inteira. Estardalhaços. Como o de Eloá. Amanhã ou depois acontecem outros fatos - ou outros eventos - e tudo vira episódio de uma mesma novela chamada Vida Real que acontece 24 horas por dia no noticiário mais conveniente.
Mas eu não estou reclamando, até porque seria paradoxal. Sou jornalista, parte dessa máquina que produz noticias baseadas em fatos - ou eventos - para alimentar a sede do povo E pensar que alguem poderia ter associado paz a alegria e festa. Ai, bastariam luzes e pronto.
Thursday, October 30, 2008
Tutti Fruti e Hortelã
Saturday, October 25, 2008
Tutti Frutti
Tuesday, October 21, 2008
Quando a paixão acaba em sangue
Assim como aconteceu com Eloá Cristinna Pimentel, morta a tiros pelo namorado Lindemberg Fernandes Alves, em Santo André, São Paulo, após 100 horas de seqüestro e cárcere privado, outras mulheres, jovens ou adultas, podem estar sendo espancadas, torturadas, ofendidas e mesmo mortas de norte a sul do pais. Dos crimes passionais, as principais vítimas são as mulheres. Menos de 10 por cento dos crimes, segundo estatísticas da justiça, têm os homens como vítima. A maioria acontece com o final do relacionamento, mas nenhum dos crimes passionais tem a ver com amor. Segundo juristas e psicólogos, quem mata o ex-amante é movido principalmente por egoísmo, ciúmes doentios e ódio.
Maria de Fátima Dannemann
"Nesse dia então/ vai dar na primeira edição/ cenas de sangue num bar/ da Avenida São João". O samba "Ronda" do paulista Paulo Vanzolini descreve a situação: movida por um ciúme doentio, uma mulher sai procurando o marido (ou amante) por todos os bares da cidade jurando morte. Na arte matar "por paixão" já rendeu filmes, livros, peças de teatro e pelo menos uma das novelas em cartaz atualmente tem justamente um crime passional como "mote": A Favorita (rede Globo, 21 horas), em que Flora mata o marido de Donatella, Marcelo, por ciúme, inveja, despeito e uma série de sentimentos ainda mais sórdidos. Na vida real, vira e mexe um crime passional ocupa todas as edições de todas as mídias de modo muito menos poético.
O último crime a comover o país terminou em tragédia no final da semana passada e envolveu Lindemberg Fernandes Alves e sua ex-namorada Eloá Cristina Pimentel. A comoção em torno do seqüestro, cárcere privado, torturas e tudo o que a menina sofreu foi tão grande que outros assuntos como segundo turno nas eleições municipais, crise econômica mundial e até os rumos de Flora e Donatella na novela das nove ficaram em segundo plano. Programas como o Mais Você, de Ana Maria Braga, se tornaram palco de debates sobre os rumos doentios da paixão que leva alguém a matar o ex-amado. Este assunto, aliás, já virou livro, escrito pela procuradora Luiza Nagib Eluf, de São Paulo, que analisou 14 crimes famosos em "A paixão no banco dos réus".
Perfil
O comportamento de Lindemberg combina com o perfil que juristas, policia e psicologos traçam do assassino passional que normalmente é alguém calmo, que nunca matou ninguém, mas assume uma conduta violenta por não aceitar o fim da relação nem cair no esquecimento por parte do ex-amado. Mas, muitos dos crimes acontecem longe dos holofotes da mídia. A maioria dos casos ocorre na periferia, entre pessoas de baixa renda e toda a cobertura da imprensa se resume a uma nota na página policial. Tenha ou não notoriedade, esse tipo de crime assusta feministas e ONGS e se relaciona a violência doméstica e contra mulheres.
O número de crimes tem crescido em todo país e na Bahia, segundo estatísticas policiais, foram 59 assassinatos de mulheres só no primeiro semestre desse ano. Um dos de maior repercussão aconteceu na Rua Rubem Berta, Pituba, quando o estudante da UFBa, Miguel Almeida, 22 anos, matou a ex-namorada, Margarete Andrade, 34 anos, após uma briga. Se crimes como esse e o de Eloá provocam revolta, protestos, já houve um tempo em que os homens tinham praticamente o direito de matar amantes "infiéis". Isso pode ser visto no filme "A Outra" em que, movido por tramas palacianas, Henrique VIII manda decapitar Ana Bolena com a desculpa de traição e incesto. Tudo bem, não chegou a ser crime passional, mas no Brasil, até o século XIX o marido tinha direito a lavar sua honra com sangue em casos de traições (verdadeiras ou supostas).
Um crime ficou famoso, aliás, no século XIX na Bahia. Foi quando o professor João Estanislau da Silva Lisboa matou sua aluna e "amada" Julia Feital com uma bala de prata numa casa da rua do Rosário, centro da cidade. A moça não queria nada com ele, que era bem mais velho (quase sempre existe uma diferença significativa de idade) e por conta disso ela perdeu a vida. Esse direito de matar acabou, mas aos homens ainda existe a figura jurídica da legítima defesa da honra (hoje pouco evocada). A procuradora Luiza Eluf, disse em entrevista a uma revista, na época do lançamento do livro que, mesmo quando vítima, a mulher sempre é vista com menosprezo e inferioridade.
Esse comportamento foi visto no julgamento do playboy Raul (Doca) Street em 1979 quando ele foi julgado pelo assassinato da "pantera de Minas", Ângela Diniz. No banco dos réus, Doca alegou ter matado por amor, acabou sendo absolvido. Dois anos depois, sob uma imensa onda de protesto e como efeito do movimento "quem ama não mata", Doca Street voltou a ser julgado e dessa vez foi condenado. O cantor Lindomar Castilho foi protagonista de outro crime passional em 1981 quando ele matou sua ex-mulher Eliana de Grammont. Era apontado como agressivo e ciumento mas ele falou sobre o crime dizendo ter se desligado da realidade.
Mais raro segundo as estatísticas, mas as vezes é a mulher quem mata. Um dos mais famosos casos é o da ex-atriz Dorinha Duval que matou o ex-marido Paulo Sergio Alcântara em 1983. A história de Dorinha tem momentos tristes: aos 15 anos foi violentada, virou prostituta. Mais tarde, virou atriz, casou com Daniel Filho, fez a novela O Bem Amado. Sumiu da TV envolveu-se com Paulo Sergio, 16 anos mais novo, que depois de seis anos de casamento resolveu tripudiar dizendo que ela estava "acabada", chamando-a por adjetivos como "velha e feia". Um belo dia, Dorinha resolveu lavar sua honra com sangue. Foi condenada, cumpriu pena. Hoje, com mais de 70 anos, mora no Rio de Janeiro, se tornou artista plástica e vive da venda de seus trabalhos.
Há os casos em que o crime passional acaba em suicídio. Ana Paula Arósio, uma das principais estrelas do cast da Globo passou maus momentos há 12 anos. Ela tinha apenas 21 anos, em 1996, quando assistiu ao suicídio do ex-namorado, o empresário Luis Carlos Tjurs de 29. O ex-marido da cantora Sula Miranda também se suicidou em 1990. Maitê Proença acabou como testemunha do assassinato da mãe pelo pai. Mas um dos últimos casos ruidosos foi o do diretor de redação do Estado de São Paulo, Antonio Marcos Pimenta Neves que matou a namorada Sandra Gomide. Ele tinha 63 anos. Ela era bem mais nova. Motivo: não aceitar a rejeição.
A desculpa de Doca Street de "matar por amor" já não convence juristas, psicólogos nem mesmo a polícia. Psicólogos afirmam que há diferença entre as emoções violentas provocadas por paixões desenfreadas e amor. No caso dos crimes passionais, o comportamento do assassino está ligado ao egoísmo, egolatria e egocentrismo. È o velho pensamento de que "se não for meu, não será de ninguém". No caso de Eloá, pelo menos o coração já é de alguém: uma paciente foi submetida a transplante e ganhou um novo coração no dia de seu aniversário, no inicio desta semana.
Thursday, October 16, 2008
Bruxas pós-modernas
Maria de Fátima Dannemann
Flora, Violeta, Frau Herta, Odete Roitman, Nazaré Tedesco nas novelas. As loiras geladas de thrillers dos anos 80 e 90 como “A mão que balança o berço”, “corpos ardentes” e “instinto selvagem” no cinema. Chefas carrascas como Miranda Priestl em O Diabo Veste Prada. Aproveitando-se da fraqueza as mocinhas (mal escritas ou mal interpretadas e transformadas de “boazinhas” em “burras”, com raras exceções), essa “galera do mal” acabou deixando sua marca no público. De quem seria a culpa? Da eterna impunidade dos maus ou da fragilidade do bem que só triunfa no final da história?
Numa entrevista, certa vez, a atriz Suzana Vieira declarou que preferia fazer a vilã porque elas acabavam por ter mais conteúdo. Entretanto, foi a mesma Suzana que interpretou uma das heroínas mais “retadas” dos últimos tempos: Maria do Carmo Ferreira da Silva, da novela Senhora do Destino. Nesta novela, além de mostrar que o bem compensa, a mocinha revela que meninas boazinhas sabem bater e a vingança é um prato que se come frio. A cena se tornou antológica e muita gente se lembra dos mínimos detalhes.
Madrugada. A pernambucana Maria do Carmo (Suzana Vieira) impecavelmente vestida com um terninho branco, jóias de brilhante e saltos 10 entra no galpão abandonado onde lhe espera disfarçada com peruca negra e óculos escuros Nazaré (Renata Sorrah). Além da maleta com dólares falsos (uma mala de grife naturalmente), Do Carmo esquece por minutos a fama de rica, mãezona e defensora dos pobres e oprimidos e dá uma surra na loiraça que roubou sua filha Lindalva há mais de 20 anos, deixando-a completamente estropiada. A sensação de justiça feita é tanta que o espectador esquece a selvageria e a violência e aplaude o gesto quase insano da mãe que esperou por aquele momento toda sua vida. Enquanto tudo isto acontecia na telinha da Globo, o Ibope apurava um índice de audiência que a Globo não assistia há mais de duas décadas desde que morreu Janete Clair, a maior teledramaturgia (ou telenovelista?) que o Brasil já teve.
Sangue Frio
Numa sociedade em que o medo é considerado “fraqueza” e mesmo coisas piores como “distúrbios” e até “doença mental”, talvez as “ordinárias” impressionem pelo sangue frio. Todas as noites, as nove, na Globo, e as 10h30, na Record, as atrizes Patrícia Pillar e Lucinha Lins provocam medo, indignação, revolta e até uma certa dose de admiração pelas vilãs Flora, em A Favorita (Globo) e Vilma, em Chamas da Vida (Record). As duas histórias são bem diferentes, mas passam por inveja, disputas pessoais, ambição por riqueza e poder e outros ingredientes “clássicos”. Flora é uma assassina fria que já “apagou” três pessoas, tentou outros dois assassinatos e é movida pela inveja doentia que sente de Donatella (Claudia Raia), personagem que começou como uma perua vazia e fútil e se transformou na injustiçada doce e preocupada com o próximo. Vilma é incendiária, mãe relapsa, assassina e além de todos os crimes tenta convencer o filho Tomas a dar o golpe em Carolina, herdeira de uma fábrica de sorvetes.
As armas das bruxas pós-modernas passam longe de vassouras e são muito mais letais do que simples maçãs envenenadas. Frau Herta (Ana Beatriz Nogueira) abusou de todas no remake de Ciranda de Pedra até se dar mal no “Zé fini” da trama quando foi envenenada por Natércio (Daniel Dantas), um bandido pior ainda. Laura Prudente da Costa (Claudia Abreu) em Celebridade foi outra vilã pra lá de clássica ao cometer todas as maldades: fraude, falso testemunho, roubo, assassinato e até prostituição e tráfico de drogas. Taís (Alessandra Negrini) em Paraíso Tropical foi pior ainda: o alvo de suas maldades era a própria família: avô, tio e a irmã-gêmea.
Mas, alguma coisa mudou nas vilãs e bruxas que antes apenas davam sonoras gargalhadas e hoje morrem de medo de serem denunciadas e capturadas pelos representantes da lei e da ordem. Para isso até matam como fez Flora eliminando Maira (Juliana Paes) e Dr Salvatore (Walmor Chagas). Elas também se roem de despeito ao ver o bem sempre triunfar de um jeito e de outro, chegam as raias da loucura de ódio de ver que as rivais mesmo sofrendo perdas são capazes de dar a volta por cima, arregaçar as mangas, trabalhar, ou mesmo buscar um novo amor (é esse o caso da “sub-vilã” Céu com relação a Lara e Alicia ao ser condenada a um casamento de fachada enquanto as rivais se dão bem).
As boazinhas já não são tão passivas como antigamente. Donatella luta para provar sua inocência e se vingar de Flora e todos os outros maus. Mas exemplo de que as coisas são bem diferentes nesses tempos pós-modernos estão nos desenhos animados. As pequenas Lindinha, Docinho e Florzinha (no original Bubbles, Buttercup e Blosson) as vezes rodam a baiana, extrapolam na pancadaria, fazem tramóias com bandidos ou usam pequenos truques que seriam inadimíssiveis em outras épocas. A heroína brasileira, Mônica, tem eternos seis anos de idade, é dentuça, parece o Ronaldinho, distribui coelhadas nos próprios amigos, mas defende sempre as boas causas. Prova que a novela, os filmes, os desenhos e os quadrinhos não imitam a moda e dispensam as Barbies.
Mas, o estereótipo do mal continua dando Ibope. Gente corre para casa só para ver a maldade da bruxa da novela das seis e mesmo as candidatas a bruxa da Malhação, como Yasmin e Débora. Em outros tempos, as bruxas de histórias como Branca de Neve, Rapunzel, A Bela Adormecida, eram madrastas, fadas degeneradas ou senhoras feudais que abusavam do poder. Hoje, elas retratam um mal maior: a violência que está em toda parte e parece quase invencível e até mesmo “consentida” por alguns setores da sociedade.
Wednesday, October 15, 2008
Bruxas pós-modernas
Dizem as crenças, que as bruxas ficam soltas na virada do mês de outubro para o mês de novembro. Hoje carnavalizado, o Halloween, ou Dia das Bruxas, 31 de outubro, era originalmente o primeiro dos três dias do festival celta que marcava a passagem do ano. Nesse período (que deu também origem ao dia de todos os santos e ao dia de finados), abriam-se os portais dos céus e inferno e era preciso lanternas, danças, rituais para deixar o mundo a salvo da "galera do mal". Muitas das crenças se passaram, nas histórias infantis a bruxa passou a ser comparada ao mal e hoje, sem vassoura, maçãs envenenadas mas com dose exagerada de frieza e violência, as vilãs de novelas, filmes e livros acabam roubando a cena. Flora, Violeta, Vilma, muda o nome, mas a maldade, assustando ou não, é sempre a mesma.
Maria de Fátima Dannemann
Flora, Violeta, Frau Herta, Odete Roitman, Nazaré Tedesco nas novelas. As loiras geladas de thrillers dos anos 80 e 90 como "A mão que balança o berço", "corpos ardentes" e "instinto selvagem" no cinema. Chefas carrascas como Miranda Priestl em O Diabo Veste Prada. Aproveitando-se da fraqueza as mocinhas (mal escritas ou mal interpretadas e transformadas de "boazinhas" em "burras", com raras exceções), essa "galera do mal" acabou deixando sua marca no público. De quem seria a culpa? Da eterna impunidade dos maus ou da fragilidade do bem que só triunfa no final da história?
Numa entrevista, certa vez, a atriz Suzana Vieira declarou que preferia fazer a vilã porque elas acabavam por ter mais conteúdo. Entretanto, foi a mesma Suzana que interpretou uma das heroínas mais "retadas" dos últimos tempos: Maria do Carmo Ferreira da Silva, da novela Senhora do Destino. Nesta novela, além de mostrar que o bem compensa, a mocinha revela que meninas boazinhas sabem bater e a vingança é um prato que se come frio. A cena se tornou antológica e muita gente se lembra dos mínimos detalhes.
Madrugada. A pernambucana Maria do Carmo (Suzana Vieira) impecavelmente vestida com um terninho branco, jóias de brilhante e saltos 10 entra no galpão abandonado onde lhe espera disfarçada com peruca negra e óculos escuros Nazaré (Renata Sorrah). Além da maleta com dólares falsos (uma mala de grife naturalmente), Do Carmo esquece por minutos a fama de rica, mãezona e defensora dos pobres e oprimidos e dá uma surra na loiraça que roubou sua filha Lindalva há mais de 20 anos, deixando-a completamente estropiada. A sensação de justiça feita é tanta que o espectador esquece a selvageria e a violência e aplaude o gesto quase insano da mãe que esperou por aquele momento toda sua vida. Enquanto tudo isto acontecia na telinha da Globo, o Ibope apurava um índice de audiência que a Globo não assistia há mais de duas décadas desde que morreu Janete Clair, a maior teledramaturgia (ou telenovelista?) que o Brasil já teve.
Sangue Frio
Numa sociedade em que o medo é considerado "fraqueza" e mesmo coisas piores como "distúrbios" e até "doença mental", talvez as "ordinárias" impressionem pelo sangue frio. Todas as noites, as nove, na Globo, e as 10h30, na Record, as atrizes Patrícia Pillar e Lucinha Lins provocam medo, indignação, revolta e até uma certa dose de admiração pelas vilãs Flora, em A Favorita (Globo) e Vilma, em Chamas da Vida (Record). As duas histórias são bem diferentes, mas passam por inveja, disputas pessoais, ambição por riqueza e poder e outros ingredientes "clássicos". Flora é uma assassina fria que já "apagou" três pessoas, tentou outros dois assassinatos e é movida pela inveja doentia que sente de Donatella (Claudia Raia), personagem que começou como uma perua vazia e fútil e se transformou na injustiçada doce e preocupada com o próximo. Vilma é incendiária, mãe relapsa, assassina e além de todos os crimes tenta convencer o filho Tomas a dar o golpe em Carolina, herdeira de uma fábrica de sorvetes.
As armas das bruxas pós-modernas passam longe de vassouras e são muito mais letais do que simples maçãs envenenadas. Frau Herta (Ana Beatriz Nogueira) abusou de todas no remake de Ciranda de Pedra até se dar mal no "Zé fini" da trama quando foi envenenada por Natércio (Daniel Dantas), um bandido pior ainda. Laura Prudente da Costa (Claudia Abreu) em Celebridade foi outra vilã pra lá de clássica ao cometer todas as maldades: fraude, falso testemunho, roubo, assassinato e até prostituição e tráfico de drogas. Taís (Alessandra Negrini) em Paraíso Tropical foi pior ainda: o alvo de suas maldades era a própria família: avô, tio e a irmã-gêmea.
Mas, alguma coisa mudou nas vilãs e bruxas que antes apenas davam sonoras gargalhadas e hoje morrem de medo de serem denunciadas e capturadas pelos representantes da lei e da ordem. Para isso até matam como fez Flora eliminando Maira (Juliana Paes) e Dr Salvatore (Walmor Chagas). Elas também se roem de despeito ao ver o bem sempre triunfar de um jeito e de outro, chegam as raias da loucura de ódio de ver que as rivais mesmo sofrendo perdas são capazes de dar a volta por cima, arregaçar as mangas, trabalhar, ou mesmo buscar um novo amor (é esse o caso da "sub-vilã" Céu com relação a Lara e Alicia ao ser condenada a um casamento de fachada enquanto as rivais se dão bem).
As boazinhas já não são tão passivas como antigamente. Donatella luta para provar sua inocência e se vingar de Flora e todos os outros maus. Mas exemplo de que as coisas são bem diferentes nesses tempos pós-modernos estão nos desenhos animados. As pequenas Lindinha, Docinho e Florzinha (no original Bubbles, Buttercup e Blosson) as vezes rodam a baiana, extrapolam na pancadaria, fazem tramóias com bandidos ou usam pequenos truques que seriam inadimíssiveis em outras épocas. A heroína brasileira, Mônica, tem eternos seis anos de idade, é dentuça, parece o Ronaldinho, distribui coelhadas nos próprios amigos, mas defende sempre as boas causas. Prova que a novela, os filmes, os desenhos e os quadrinhos não imitam a moda e dispensam as Barbies.
Mas, o estereótipo do mal continua dando Ibope. Gente corre para casa só para ver a maldade da bruxa da novela das seis e mesmo as candidatas a bruxa da Malhação, como Yasmin e Débora. Em outros tempos, as bruxas de histórias como Branca de Neve, Rapunzel, A Bela Adormecida, eram madrastas, fadas degeneradas ou senhoras feudais que abusavam do poder. Hoje, elas retratam um mal maior: a violência que está em toda parte e parece quase invencível e até mesmo "consentida" por alguns setores da sociedade.
Tuesday, October 14, 2008
Tutti Fruti e Hortelã
Tuesday, October 07, 2008
Banco do Brasil promove mostra de cinema em Salvador
O Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante promove em Salvador, entre os dias 14 e 26 de outubro, a mostra de cinema Inéditos em Salvador, nas salas Alexandre Robatto e Walter da Silveira, com a apresentação de 10 filmes que não foram exibidos no circuito comercial da cidade, muitos deles de circulação rara também em outras capitais do País. A programação faz parte das comemorações dos 200 anos do Banco do Brasil.
Inéditos em Salvador conta com exemplares do cinema argentino, como a comédia O Fundo do Mar, de Damian Szifron, ainda não lançada comercialmente em nenhuma cidade do País, e da atual e badalada produção coreana, caso de Sopyonge, de Im Kwoon-taek, e A Virgem Desnudada sem Pretendentes, de Hong Sang soo, filmes de dois dos mais importantes cineastas da contemporaneidade.
Também estão programados filmes da Argélia (Barakat!), França (Os Lip: A Imaginação do Poder) e Rússia (Pai e Filho), além de obras de grandes autores do presente e do passado, como Godard (JLG por JLG), Fellini (Os Palhaços), Rithy Pan (Papel Não Embrulha Brasas) e do casal Jean Marie Straub e Danielle Huillet (Gente da Sicília).
Depois de passar por Belém, Boa Vista, Macapá, Recife, Porto Velho, Inéditos inicia sua etapa final chegando a Salvador, e posteriormente, Aracaju e Natal.
Sinopses dos filmes
Barakat!, de Djamila Sahraoui (Argélia-França/06).
Durante a guerra civil argelina, jovem médica procura o marido desaparecido e tem como companhia uma amiga enfermeira, veterana das lutas pela independência do país. 35 mm . Melhor roteiro e melhor primeiro filme no Festival de Ouagadougou. Classificação indicativa: 14 anos
O Fundo do Mar, de Damián Szifron (Argentina/03).
Rapaz descobre um par de sapatos debaixo da cama da namorada e persegue o proprietário dos calçados por Buenos Aires afora. Bem sucedido e hilariante pastiche de Hitchcock assinado por um nome de destaque do novo cinema argentino. 35 mm . Prêmio do público e menção especial da Fipreci (Federação Internacional de Críticos de Cinema) no Festival de San Sebastian. Classificação indicativa: 12 anos
Gente da Sicília, de Danielle Huillet e Jean-Marie Straub (Itália-França-Suiça/99). Imigrante siciliano volta a terra natal para rever a mãe. Conhecidos pelo radicalismo de suas concepções cinematográficas, o casal Huillet e Straub realiza uma de suas obras mais acessíveis e fazem uma obra-prima. 35 mm . Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Classificação indicativa: 14 anos
JLG por JLG, Auto-retrato de Dezembro, de Jean-Luc Godard (França/95).
O mestre Godard faz seu auto-retrato em tons amargos e crepusculares
com sua habitual gramática cinematográfica muito particular. 35 mm . Classificação indicativa: 14 anos
Os LIP, A Imaginação no Poder, de Christian Rouaud (França/06).
Documentário sobre antigos operários da fábrica LIP, de Bensançon, onde se iniciou a greve que culminou com a paralisação geral das indústrias franceses em maio de 68. Premiado com o César de melhor documentário.
Classificação indicativa: 12 anos
Pai e Filho, de Aleksandr Sokurov (Rússia-Alemanha-Itália-Holanda/03).
O sempre polêmico cineasta russo descreve a relação perturbadoramente íntima entre pai e filho. 35 mm . Ganhador do prêmio Fipresci no Festival de Cannes. Classificação indicativa: 12 anos
Os Palhaços, de Federico Fellini (Itália-França-Alemanha/71).
Célebre documentário de Fellini sobre palhaços, personagens freqüentes na filmografia do italiano. 35 mm . Classificação indicativa: 10 anos
Papel Não Embrulha Brasas, de Rithy Pahn (Camboja-França/07).
O mais conhecido cineasta do Camboja mostra um grupo de prostitutas que mora num prédio arruinado no centro da capital do país. DVD. Classificação indicativa: 14 anos
Sopyonge, de Im Kwoon-taek (Coréia do Sul/93).
O decano do cinemacoreano narra a história um cantor de sopyonge, que, após a fuga do
filho, cega a filha mais nova para que ela também não o abandone e prossiga a carreira de cantora do gênero musical típico do país. DVD, legendas em espanhol. Classificação indicativa: 14 anos
A Virgem Desnudada por seus Pretendentes, de Hong Sang-soo (Coréia doSul/00). Jovem virgem, roteirista de TV, enreda-se num triângulo amoroso. O desenlace é contado em duas versões e seu autor é um dos mais cultuados cineastas da atualidade, apesar de pouco divulgado. DVD, legendas em espanhol. Ganhador do Prêmio Especial do Júri no Festival de Tóquio. Classificação indicativa: 16 anos
Programação
Sala Alexandre Robatto
Dia 14 de outubro, terça-feira:
15h ; Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 15 de outubro, quarta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 16 de outubro, quinta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 17 de outubro, sexta-feira:
15h - Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 18 de outubro, sábado:
15h - Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 19 de outubro, domingo:
15h - Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 20 de outubro, segunda-feira:
15h Sopyonje (116')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 21 de outubro, terça-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 22 de outubro, quarta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 23 de outubro, quinta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 24 de outubro, sexta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 25 de outubro, sábado:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 26 de outubro, domingo:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Sala Walter da Silveira
Dia 17 de outubro, sexta-feira:
15h Barakat! (95')
17h30 O Fundo Mar (92')
20h - Gente da Sicília (78')
Dia 18 de outubro, sábado:
15h - JLG por JLG (62')
17h30 - Pai e Filho (83')
20h - Os Palhaços (92')
Dia 19 de outubro, domingo:
15h - Os Palhaços (92')
17h30 - Pai e Filho (83')
20h Barakat! (95')
Dia 20 de outubro, segunda-feira:
15h - Gente da Sicília (78')
17h30 - O Fundo Mar (92')
20h - Os Palhaços (92')
Dia 21 de outubro, terça-feira;
15h - JLG por JLG (62')
17h30 - Gente da Sicília (78')
20h Pai e Filho (83')
Dia 22 de outubro, quarta-feira:
15h - Os Palhaços (92')
17h30 - JLG por JLG (62')
Dia 23 de outubro, quinta-feira:
15h - O Fundo Mar (92')
17h30 Barakat! (95')
Serviço - Inéditos em Salvador
Data: 14 a 26 de outubro
Local: Fundação Cultural da Bahia – Biblioteca Pública do Estado da Bahia - Rua General Labatut, 27, Barris
Ingressos: Sala Walter da Silveira - 1Kg de alimento não perecível
Sala Alexandre Robatto - Entrada Franca
(recebido do jornalista Albenisio Fonseca)
Tuesday, September 30, 2008
Restaurantes de Salvador
Aos pés do Plano, com charme francês
Quem quiser comer uma boa comida, com charme e pagando um bom preço, o endereço é no Comércio, perto do Plano Inclinado, tem pelo menos três décadas de tradição mas está de cara e direção novas. Trata-se do Bistroquet, freqüentado não somente por quem trabalha no Comércio como por quem mora ou trabalha em outros bairros e vai até lá só para almoçar. O restaurante abre apenas de segunda a sexta-feira para o almoço e é bastante concorrido. O serviço é ágil, os pratos alem de saborosos são bem apresentados. O item mais caro custa pouco mais de R$20. Um dos hits do cardápio de notas francesas e seguindo a linha moderna de poucos e bons itens são os bolinhos de aimpim.
Yes, nossos restaurantes têm banana
Para acompanhar peixes e outros grelhados um novo hit tem surgido nas mesas dos restaurantes baianos como o Lafayette e o Baby Beef. O purê de banana. Feito com banana da terra (no restaurante da Marina) ou com banana d'água (no restaurante do Hiper Bom Preço), o purê de banana dá um toque exótico especialmente aos peixes como Robalo e Agulhão Negro e no Lafayette é servido em uma minipanelinha que dá um charme a mais ao quitute. Vale conferir.
Cone de sushi, nova mania nacional
Temakeria assim mesmo com k. Esse é a nova moda quando se fala em culinária japonesa. Pela cidade pipocam temakerias que aos poucos vão tomando lugar dos antigos sushi-bares e até dos restaurantes chineses muitos dos quais se tornaram "híbridos" e servem pratos japoneses, tailandeses e até vietnamitas. Mas, muita gente andou perguntando o que seria temaki. Resposta facílima: um sushi em forma de cone (ou um cone de sushi, como preferirem). Para quem quiser descobrir, num restaurante oriental da Barra há um desenho do temaki e mais: um bar oriental do Rio Vermelho chama-se justamente cone, com K.
Dos doces às refeições
Famosa pelos doces, salgados e tortas já tendo sida indicada pela Veja Salvador diversas vezes, a Doces Sonhos cresceu, tem hoje três lojas na cidade e até ganhou uma versão gourmet que tem restaurante além de doces. Trata-se da loja da Avenida Paulo VI, perto do fim de linha de Pituba, que está em outro endereço e foi totalmente reformulada ganhando o conceito de gourmet com pratos leves e tão saborosos como os demais produtos. Mas, nada é perfeito e a Doce Sonhos tem dois defeitos: o preço, especialmente dos doces e salgados (R$2,50 um salgadinho tamanho quase amostra grátis) e o atendimento: algumas vendedoras privilegiam peruas e dondocas em detrimento a outros fregueses, sem falar no tradicional jogo de empurra "atenda ai, fulana". Não dá.
Saturday, September 27, 2008
A FESTA DO FEITIÇO
A bela adormecida já dormia há anos. Muita gente já nem se lembrava mais dela e a bruxa Malévola, autora da façanha resolveu dar uma festa para comemorar os 25 anos de sonhos da princesa. Claro, ninguém é de ferro, e como até o príncipe ir beijá-la ainda seria preciso esperar mais 75 anos, a fada má resolveu dar uma festinha para lembrar seu único feitiço que deu certo.
Aliás, o único feitiço que ela fez na vida. Malévola nem era tão má como dizia seu nome. Era apenas intriga das três fadinhas, Fauna, Flora e Primavera, que tinham inveja do visual fashion da bruxa que foi de queixão ao batizado da princesa Aurora, e na falta de um presente melhor conjurou um feitiço ali mesmo.
E funcionou. Deus sabe como. A bruxa até tinha esquecido da praga que jogou quando Aurora, mais curiosa do que nunca, resolveu futucar a roca de fiar e espetou o dedo no fuso e dormiu. Dizem que nem foi o feitiço. Há quem diga que a princesa desmaiou com a dor, e que o pessoal do castelo, mais superticioso que beato de igreja matriz, não foi acodir com medo da bruxa.
Malevola viajou para as Bahamas antes do aniversário da princesa e só soube que o feitiço deu certo acessando a Internet... Epaa... Não tinha Internet no tempo da Bela Adormecida. Mas, bruxa que é bruxa é antenada, ou melhor, vassourada e caldeirãozada, e sabe de todos os fuxicos. Até a cor da cueca do marido de Cinderela na noite da lua de mel a bruxa sabia. E olhe que este é um detalhe insignificante.
Como não tiha o que fazer no reino de Aurora, ela foi ficando nas Bahamas, foi ser provadora de whisky na Escócia, vendedora de bumerangue na Austrália, esticou até o Tahiti e viu que se passaram 25 anos desde que a princesa dormiu. Voltou ao reino para ver o que tinha acontecido. Nadica de Nada. Ninguém beijava a princesa para quebrar o feitiço alegando o mau hálito que a princesa deveria ter depois de ficar sem escovar os dentes tanto tempo, e a inhaca de gambá por não tomar banho, nem trocar lençol, camisola, fronha, e etc.
A festa seria no castelo, na ala destinada a bruxas, plebeus e casos não esclarecidos a serem estudados. Na lista de convidados, o que há de mais fashion no mundo do faz de conta como os estilistas que desenharam o vestido de baile de cinderela e o designer da casa de chocolate de João e Maria. Os músicos de Bremen e o flautista de Hamelin animaram a festa com muito rock and roll. Mas, o barulho foi tanto que a princesa acordou antes mesmo do beijo do principe. No que ela desceu perguntando "quem sou eu?" naquela amnésia pós-sono prolongado, toda descabelada, todo mundo se assombrou pensando que era fantasma e até hoje tem caquinho de bruxa, designer e estilista em fuga pelos quatro cantos do reino.