Thursday, October 30, 2008
Tutti Fruti e Hortelã
Saturday, October 25, 2008
Tutti Frutti
Tuesday, October 21, 2008
Quando a paixão acaba em sangue
Assim como aconteceu com Eloá Cristinna Pimentel, morta a tiros pelo namorado Lindemberg Fernandes Alves, em Santo André, São Paulo, após 100 horas de seqüestro e cárcere privado, outras mulheres, jovens ou adultas, podem estar sendo espancadas, torturadas, ofendidas e mesmo mortas de norte a sul do pais. Dos crimes passionais, as principais vítimas são as mulheres. Menos de 10 por cento dos crimes, segundo estatísticas da justiça, têm os homens como vítima. A maioria acontece com o final do relacionamento, mas nenhum dos crimes passionais tem a ver com amor. Segundo juristas e psicólogos, quem mata o ex-amante é movido principalmente por egoísmo, ciúmes doentios e ódio.
Maria de Fátima Dannemann
"Nesse dia então/ vai dar na primeira edição/ cenas de sangue num bar/ da Avenida São João". O samba "Ronda" do paulista Paulo Vanzolini descreve a situação: movida por um ciúme doentio, uma mulher sai procurando o marido (ou amante) por todos os bares da cidade jurando morte. Na arte matar "por paixão" já rendeu filmes, livros, peças de teatro e pelo menos uma das novelas em cartaz atualmente tem justamente um crime passional como "mote": A Favorita (rede Globo, 21 horas), em que Flora mata o marido de Donatella, Marcelo, por ciúme, inveja, despeito e uma série de sentimentos ainda mais sórdidos. Na vida real, vira e mexe um crime passional ocupa todas as edições de todas as mídias de modo muito menos poético.
O último crime a comover o país terminou em tragédia no final da semana passada e envolveu Lindemberg Fernandes Alves e sua ex-namorada Eloá Cristina Pimentel. A comoção em torno do seqüestro, cárcere privado, torturas e tudo o que a menina sofreu foi tão grande que outros assuntos como segundo turno nas eleições municipais, crise econômica mundial e até os rumos de Flora e Donatella na novela das nove ficaram em segundo plano. Programas como o Mais Você, de Ana Maria Braga, se tornaram palco de debates sobre os rumos doentios da paixão que leva alguém a matar o ex-amado. Este assunto, aliás, já virou livro, escrito pela procuradora Luiza Nagib Eluf, de São Paulo, que analisou 14 crimes famosos em "A paixão no banco dos réus".
Perfil
O comportamento de Lindemberg combina com o perfil que juristas, policia e psicologos traçam do assassino passional que normalmente é alguém calmo, que nunca matou ninguém, mas assume uma conduta violenta por não aceitar o fim da relação nem cair no esquecimento por parte do ex-amado. Mas, muitos dos crimes acontecem longe dos holofotes da mídia. A maioria dos casos ocorre na periferia, entre pessoas de baixa renda e toda a cobertura da imprensa se resume a uma nota na página policial. Tenha ou não notoriedade, esse tipo de crime assusta feministas e ONGS e se relaciona a violência doméstica e contra mulheres.
O número de crimes tem crescido em todo país e na Bahia, segundo estatísticas policiais, foram 59 assassinatos de mulheres só no primeiro semestre desse ano. Um dos de maior repercussão aconteceu na Rua Rubem Berta, Pituba, quando o estudante da UFBa, Miguel Almeida, 22 anos, matou a ex-namorada, Margarete Andrade, 34 anos, após uma briga. Se crimes como esse e o de Eloá provocam revolta, protestos, já houve um tempo em que os homens tinham praticamente o direito de matar amantes "infiéis". Isso pode ser visto no filme "A Outra" em que, movido por tramas palacianas, Henrique VIII manda decapitar Ana Bolena com a desculpa de traição e incesto. Tudo bem, não chegou a ser crime passional, mas no Brasil, até o século XIX o marido tinha direito a lavar sua honra com sangue em casos de traições (verdadeiras ou supostas).
Um crime ficou famoso, aliás, no século XIX na Bahia. Foi quando o professor João Estanislau da Silva Lisboa matou sua aluna e "amada" Julia Feital com uma bala de prata numa casa da rua do Rosário, centro da cidade. A moça não queria nada com ele, que era bem mais velho (quase sempre existe uma diferença significativa de idade) e por conta disso ela perdeu a vida. Esse direito de matar acabou, mas aos homens ainda existe a figura jurídica da legítima defesa da honra (hoje pouco evocada). A procuradora Luiza Eluf, disse em entrevista a uma revista, na época do lançamento do livro que, mesmo quando vítima, a mulher sempre é vista com menosprezo e inferioridade.
Esse comportamento foi visto no julgamento do playboy Raul (Doca) Street em 1979 quando ele foi julgado pelo assassinato da "pantera de Minas", Ângela Diniz. No banco dos réus, Doca alegou ter matado por amor, acabou sendo absolvido. Dois anos depois, sob uma imensa onda de protesto e como efeito do movimento "quem ama não mata", Doca Street voltou a ser julgado e dessa vez foi condenado. O cantor Lindomar Castilho foi protagonista de outro crime passional em 1981 quando ele matou sua ex-mulher Eliana de Grammont. Era apontado como agressivo e ciumento mas ele falou sobre o crime dizendo ter se desligado da realidade.
Mais raro segundo as estatísticas, mas as vezes é a mulher quem mata. Um dos mais famosos casos é o da ex-atriz Dorinha Duval que matou o ex-marido Paulo Sergio Alcântara em 1983. A história de Dorinha tem momentos tristes: aos 15 anos foi violentada, virou prostituta. Mais tarde, virou atriz, casou com Daniel Filho, fez a novela O Bem Amado. Sumiu da TV envolveu-se com Paulo Sergio, 16 anos mais novo, que depois de seis anos de casamento resolveu tripudiar dizendo que ela estava "acabada", chamando-a por adjetivos como "velha e feia". Um belo dia, Dorinha resolveu lavar sua honra com sangue. Foi condenada, cumpriu pena. Hoje, com mais de 70 anos, mora no Rio de Janeiro, se tornou artista plástica e vive da venda de seus trabalhos.
Há os casos em que o crime passional acaba em suicídio. Ana Paula Arósio, uma das principais estrelas do cast da Globo passou maus momentos há 12 anos. Ela tinha apenas 21 anos, em 1996, quando assistiu ao suicídio do ex-namorado, o empresário Luis Carlos Tjurs de 29. O ex-marido da cantora Sula Miranda também se suicidou em 1990. Maitê Proença acabou como testemunha do assassinato da mãe pelo pai. Mas um dos últimos casos ruidosos foi o do diretor de redação do Estado de São Paulo, Antonio Marcos Pimenta Neves que matou a namorada Sandra Gomide. Ele tinha 63 anos. Ela era bem mais nova. Motivo: não aceitar a rejeição.
A desculpa de Doca Street de "matar por amor" já não convence juristas, psicólogos nem mesmo a polícia. Psicólogos afirmam que há diferença entre as emoções violentas provocadas por paixões desenfreadas e amor. No caso dos crimes passionais, o comportamento do assassino está ligado ao egoísmo, egolatria e egocentrismo. È o velho pensamento de que "se não for meu, não será de ninguém". No caso de Eloá, pelo menos o coração já é de alguém: uma paciente foi submetida a transplante e ganhou um novo coração no dia de seu aniversário, no inicio desta semana.
Thursday, October 16, 2008
Bruxas pós-modernas
Maria de Fátima Dannemann
Flora, Violeta, Frau Herta, Odete Roitman, Nazaré Tedesco nas novelas. As loiras geladas de thrillers dos anos 80 e 90 como “A mão que balança o berço”, “corpos ardentes” e “instinto selvagem” no cinema. Chefas carrascas como Miranda Priestl em O Diabo Veste Prada. Aproveitando-se da fraqueza as mocinhas (mal escritas ou mal interpretadas e transformadas de “boazinhas” em “burras”, com raras exceções), essa “galera do mal” acabou deixando sua marca no público. De quem seria a culpa? Da eterna impunidade dos maus ou da fragilidade do bem que só triunfa no final da história?
Numa entrevista, certa vez, a atriz Suzana Vieira declarou que preferia fazer a vilã porque elas acabavam por ter mais conteúdo. Entretanto, foi a mesma Suzana que interpretou uma das heroínas mais “retadas” dos últimos tempos: Maria do Carmo Ferreira da Silva, da novela Senhora do Destino. Nesta novela, além de mostrar que o bem compensa, a mocinha revela que meninas boazinhas sabem bater e a vingança é um prato que se come frio. A cena se tornou antológica e muita gente se lembra dos mínimos detalhes.
Madrugada. A pernambucana Maria do Carmo (Suzana Vieira) impecavelmente vestida com um terninho branco, jóias de brilhante e saltos 10 entra no galpão abandonado onde lhe espera disfarçada com peruca negra e óculos escuros Nazaré (Renata Sorrah). Além da maleta com dólares falsos (uma mala de grife naturalmente), Do Carmo esquece por minutos a fama de rica, mãezona e defensora dos pobres e oprimidos e dá uma surra na loiraça que roubou sua filha Lindalva há mais de 20 anos, deixando-a completamente estropiada. A sensação de justiça feita é tanta que o espectador esquece a selvageria e a violência e aplaude o gesto quase insano da mãe que esperou por aquele momento toda sua vida. Enquanto tudo isto acontecia na telinha da Globo, o Ibope apurava um índice de audiência que a Globo não assistia há mais de duas décadas desde que morreu Janete Clair, a maior teledramaturgia (ou telenovelista?) que o Brasil já teve.
Sangue Frio
Numa sociedade em que o medo é considerado “fraqueza” e mesmo coisas piores como “distúrbios” e até “doença mental”, talvez as “ordinárias” impressionem pelo sangue frio. Todas as noites, as nove, na Globo, e as 10h30, na Record, as atrizes Patrícia Pillar e Lucinha Lins provocam medo, indignação, revolta e até uma certa dose de admiração pelas vilãs Flora, em A Favorita (Globo) e Vilma, em Chamas da Vida (Record). As duas histórias são bem diferentes, mas passam por inveja, disputas pessoais, ambição por riqueza e poder e outros ingredientes “clássicos”. Flora é uma assassina fria que já “apagou” três pessoas, tentou outros dois assassinatos e é movida pela inveja doentia que sente de Donatella (Claudia Raia), personagem que começou como uma perua vazia e fútil e se transformou na injustiçada doce e preocupada com o próximo. Vilma é incendiária, mãe relapsa, assassina e além de todos os crimes tenta convencer o filho Tomas a dar o golpe em Carolina, herdeira de uma fábrica de sorvetes.
As armas das bruxas pós-modernas passam longe de vassouras e são muito mais letais do que simples maçãs envenenadas. Frau Herta (Ana Beatriz Nogueira) abusou de todas no remake de Ciranda de Pedra até se dar mal no “Zé fini” da trama quando foi envenenada por Natércio (Daniel Dantas), um bandido pior ainda. Laura Prudente da Costa (Claudia Abreu) em Celebridade foi outra vilã pra lá de clássica ao cometer todas as maldades: fraude, falso testemunho, roubo, assassinato e até prostituição e tráfico de drogas. Taís (Alessandra Negrini) em Paraíso Tropical foi pior ainda: o alvo de suas maldades era a própria família: avô, tio e a irmã-gêmea.
Mas, alguma coisa mudou nas vilãs e bruxas que antes apenas davam sonoras gargalhadas e hoje morrem de medo de serem denunciadas e capturadas pelos representantes da lei e da ordem. Para isso até matam como fez Flora eliminando Maira (Juliana Paes) e Dr Salvatore (Walmor Chagas). Elas também se roem de despeito ao ver o bem sempre triunfar de um jeito e de outro, chegam as raias da loucura de ódio de ver que as rivais mesmo sofrendo perdas são capazes de dar a volta por cima, arregaçar as mangas, trabalhar, ou mesmo buscar um novo amor (é esse o caso da “sub-vilã” Céu com relação a Lara e Alicia ao ser condenada a um casamento de fachada enquanto as rivais se dão bem).
As boazinhas já não são tão passivas como antigamente. Donatella luta para provar sua inocência e se vingar de Flora e todos os outros maus. Mas exemplo de que as coisas são bem diferentes nesses tempos pós-modernos estão nos desenhos animados. As pequenas Lindinha, Docinho e Florzinha (no original Bubbles, Buttercup e Blosson) as vezes rodam a baiana, extrapolam na pancadaria, fazem tramóias com bandidos ou usam pequenos truques que seriam inadimíssiveis em outras épocas. A heroína brasileira, Mônica, tem eternos seis anos de idade, é dentuça, parece o Ronaldinho, distribui coelhadas nos próprios amigos, mas defende sempre as boas causas. Prova que a novela, os filmes, os desenhos e os quadrinhos não imitam a moda e dispensam as Barbies.
Mas, o estereótipo do mal continua dando Ibope. Gente corre para casa só para ver a maldade da bruxa da novela das seis e mesmo as candidatas a bruxa da Malhação, como Yasmin e Débora. Em outros tempos, as bruxas de histórias como Branca de Neve, Rapunzel, A Bela Adormecida, eram madrastas, fadas degeneradas ou senhoras feudais que abusavam do poder. Hoje, elas retratam um mal maior: a violência que está em toda parte e parece quase invencível e até mesmo “consentida” por alguns setores da sociedade.
Wednesday, October 15, 2008
Bruxas pós-modernas
Dizem as crenças, que as bruxas ficam soltas na virada do mês de outubro para o mês de novembro. Hoje carnavalizado, o Halloween, ou Dia das Bruxas, 31 de outubro, era originalmente o primeiro dos três dias do festival celta que marcava a passagem do ano. Nesse período (que deu também origem ao dia de todos os santos e ao dia de finados), abriam-se os portais dos céus e inferno e era preciso lanternas, danças, rituais para deixar o mundo a salvo da "galera do mal". Muitas das crenças se passaram, nas histórias infantis a bruxa passou a ser comparada ao mal e hoje, sem vassoura, maçãs envenenadas mas com dose exagerada de frieza e violência, as vilãs de novelas, filmes e livros acabam roubando a cena. Flora, Violeta, Vilma, muda o nome, mas a maldade, assustando ou não, é sempre a mesma.
Maria de Fátima Dannemann
Flora, Violeta, Frau Herta, Odete Roitman, Nazaré Tedesco nas novelas. As loiras geladas de thrillers dos anos 80 e 90 como "A mão que balança o berço", "corpos ardentes" e "instinto selvagem" no cinema. Chefas carrascas como Miranda Priestl em O Diabo Veste Prada. Aproveitando-se da fraqueza as mocinhas (mal escritas ou mal interpretadas e transformadas de "boazinhas" em "burras", com raras exceções), essa "galera do mal" acabou deixando sua marca no público. De quem seria a culpa? Da eterna impunidade dos maus ou da fragilidade do bem que só triunfa no final da história?
Numa entrevista, certa vez, a atriz Suzana Vieira declarou que preferia fazer a vilã porque elas acabavam por ter mais conteúdo. Entretanto, foi a mesma Suzana que interpretou uma das heroínas mais "retadas" dos últimos tempos: Maria do Carmo Ferreira da Silva, da novela Senhora do Destino. Nesta novela, além de mostrar que o bem compensa, a mocinha revela que meninas boazinhas sabem bater e a vingança é um prato que se come frio. A cena se tornou antológica e muita gente se lembra dos mínimos detalhes.
Madrugada. A pernambucana Maria do Carmo (Suzana Vieira) impecavelmente vestida com um terninho branco, jóias de brilhante e saltos 10 entra no galpão abandonado onde lhe espera disfarçada com peruca negra e óculos escuros Nazaré (Renata Sorrah). Além da maleta com dólares falsos (uma mala de grife naturalmente), Do Carmo esquece por minutos a fama de rica, mãezona e defensora dos pobres e oprimidos e dá uma surra na loiraça que roubou sua filha Lindalva há mais de 20 anos, deixando-a completamente estropiada. A sensação de justiça feita é tanta que o espectador esquece a selvageria e a violência e aplaude o gesto quase insano da mãe que esperou por aquele momento toda sua vida. Enquanto tudo isto acontecia na telinha da Globo, o Ibope apurava um índice de audiência que a Globo não assistia há mais de duas décadas desde que morreu Janete Clair, a maior teledramaturgia (ou telenovelista?) que o Brasil já teve.
Sangue Frio
Numa sociedade em que o medo é considerado "fraqueza" e mesmo coisas piores como "distúrbios" e até "doença mental", talvez as "ordinárias" impressionem pelo sangue frio. Todas as noites, as nove, na Globo, e as 10h30, na Record, as atrizes Patrícia Pillar e Lucinha Lins provocam medo, indignação, revolta e até uma certa dose de admiração pelas vilãs Flora, em A Favorita (Globo) e Vilma, em Chamas da Vida (Record). As duas histórias são bem diferentes, mas passam por inveja, disputas pessoais, ambição por riqueza e poder e outros ingredientes "clássicos". Flora é uma assassina fria que já "apagou" três pessoas, tentou outros dois assassinatos e é movida pela inveja doentia que sente de Donatella (Claudia Raia), personagem que começou como uma perua vazia e fútil e se transformou na injustiçada doce e preocupada com o próximo. Vilma é incendiária, mãe relapsa, assassina e além de todos os crimes tenta convencer o filho Tomas a dar o golpe em Carolina, herdeira de uma fábrica de sorvetes.
As armas das bruxas pós-modernas passam longe de vassouras e são muito mais letais do que simples maçãs envenenadas. Frau Herta (Ana Beatriz Nogueira) abusou de todas no remake de Ciranda de Pedra até se dar mal no "Zé fini" da trama quando foi envenenada por Natércio (Daniel Dantas), um bandido pior ainda. Laura Prudente da Costa (Claudia Abreu) em Celebridade foi outra vilã pra lá de clássica ao cometer todas as maldades: fraude, falso testemunho, roubo, assassinato e até prostituição e tráfico de drogas. Taís (Alessandra Negrini) em Paraíso Tropical foi pior ainda: o alvo de suas maldades era a própria família: avô, tio e a irmã-gêmea.
Mas, alguma coisa mudou nas vilãs e bruxas que antes apenas davam sonoras gargalhadas e hoje morrem de medo de serem denunciadas e capturadas pelos representantes da lei e da ordem. Para isso até matam como fez Flora eliminando Maira (Juliana Paes) e Dr Salvatore (Walmor Chagas). Elas também se roem de despeito ao ver o bem sempre triunfar de um jeito e de outro, chegam as raias da loucura de ódio de ver que as rivais mesmo sofrendo perdas são capazes de dar a volta por cima, arregaçar as mangas, trabalhar, ou mesmo buscar um novo amor (é esse o caso da "sub-vilã" Céu com relação a Lara e Alicia ao ser condenada a um casamento de fachada enquanto as rivais se dão bem).
As boazinhas já não são tão passivas como antigamente. Donatella luta para provar sua inocência e se vingar de Flora e todos os outros maus. Mas exemplo de que as coisas são bem diferentes nesses tempos pós-modernos estão nos desenhos animados. As pequenas Lindinha, Docinho e Florzinha (no original Bubbles, Buttercup e Blosson) as vezes rodam a baiana, extrapolam na pancadaria, fazem tramóias com bandidos ou usam pequenos truques que seriam inadimíssiveis em outras épocas. A heroína brasileira, Mônica, tem eternos seis anos de idade, é dentuça, parece o Ronaldinho, distribui coelhadas nos próprios amigos, mas defende sempre as boas causas. Prova que a novela, os filmes, os desenhos e os quadrinhos não imitam a moda e dispensam as Barbies.
Mas, o estereótipo do mal continua dando Ibope. Gente corre para casa só para ver a maldade da bruxa da novela das seis e mesmo as candidatas a bruxa da Malhação, como Yasmin e Débora. Em outros tempos, as bruxas de histórias como Branca de Neve, Rapunzel, A Bela Adormecida, eram madrastas, fadas degeneradas ou senhoras feudais que abusavam do poder. Hoje, elas retratam um mal maior: a violência que está em toda parte e parece quase invencível e até mesmo "consentida" por alguns setores da sociedade.
Tuesday, October 14, 2008
Tutti Fruti e Hortelã
Tuesday, October 07, 2008
Banco do Brasil promove mostra de cinema em Salvador
O Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante promove em Salvador, entre os dias 14 e 26 de outubro, a mostra de cinema Inéditos em Salvador, nas salas Alexandre Robatto e Walter da Silveira, com a apresentação de 10 filmes que não foram exibidos no circuito comercial da cidade, muitos deles de circulação rara também em outras capitais do País. A programação faz parte das comemorações dos 200 anos do Banco do Brasil.
Inéditos em Salvador conta com exemplares do cinema argentino, como a comédia O Fundo do Mar, de Damian Szifron, ainda não lançada comercialmente em nenhuma cidade do País, e da atual e badalada produção coreana, caso de Sopyonge, de Im Kwoon-taek, e A Virgem Desnudada sem Pretendentes, de Hong Sang soo, filmes de dois dos mais importantes cineastas da contemporaneidade.
Também estão programados filmes da Argélia (Barakat!), França (Os Lip: A Imaginação do Poder) e Rússia (Pai e Filho), além de obras de grandes autores do presente e do passado, como Godard (JLG por JLG), Fellini (Os Palhaços), Rithy Pan (Papel Não Embrulha Brasas) e do casal Jean Marie Straub e Danielle Huillet (Gente da Sicília).
Depois de passar por Belém, Boa Vista, Macapá, Recife, Porto Velho, Inéditos inicia sua etapa final chegando a Salvador, e posteriormente, Aracaju e Natal.
Sinopses dos filmes
Barakat!, de Djamila Sahraoui (Argélia-França/06).
Durante a guerra civil argelina, jovem médica procura o marido desaparecido e tem como companhia uma amiga enfermeira, veterana das lutas pela independência do país. 35 mm . Melhor roteiro e melhor primeiro filme no Festival de Ouagadougou. Classificação indicativa: 14 anos
O Fundo do Mar, de Damián Szifron (Argentina/03).
Rapaz descobre um par de sapatos debaixo da cama da namorada e persegue o proprietário dos calçados por Buenos Aires afora. Bem sucedido e hilariante pastiche de Hitchcock assinado por um nome de destaque do novo cinema argentino. 35 mm . Prêmio do público e menção especial da Fipreci (Federação Internacional de Críticos de Cinema) no Festival de San Sebastian. Classificação indicativa: 12 anos
Gente da Sicília, de Danielle Huillet e Jean-Marie Straub (Itália-França-Suiça/99). Imigrante siciliano volta a terra natal para rever a mãe. Conhecidos pelo radicalismo de suas concepções cinematográficas, o casal Huillet e Straub realiza uma de suas obras mais acessíveis e fazem uma obra-prima. 35 mm . Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Classificação indicativa: 14 anos
JLG por JLG, Auto-retrato de Dezembro, de Jean-Luc Godard (França/95).
O mestre Godard faz seu auto-retrato em tons amargos e crepusculares
com sua habitual gramática cinematográfica muito particular. 35 mm . Classificação indicativa: 14 anos
Os LIP, A Imaginação no Poder, de Christian Rouaud (França/06).
Documentário sobre antigos operários da fábrica LIP, de Bensançon, onde se iniciou a greve que culminou com a paralisação geral das indústrias franceses em maio de 68. Premiado com o César de melhor documentário.
Classificação indicativa: 12 anos
Pai e Filho, de Aleksandr Sokurov (Rússia-Alemanha-Itália-Holanda/03).
O sempre polêmico cineasta russo descreve a relação perturbadoramente íntima entre pai e filho. 35 mm . Ganhador do prêmio Fipresci no Festival de Cannes. Classificação indicativa: 12 anos
Os Palhaços, de Federico Fellini (Itália-França-Alemanha/71).
Célebre documentário de Fellini sobre palhaços, personagens freqüentes na filmografia do italiano. 35 mm . Classificação indicativa: 10 anos
Papel Não Embrulha Brasas, de Rithy Pahn (Camboja-França/07).
O mais conhecido cineasta do Camboja mostra um grupo de prostitutas que mora num prédio arruinado no centro da capital do país. DVD. Classificação indicativa: 14 anos
Sopyonge, de Im Kwoon-taek (Coréia do Sul/93).
O decano do cinemacoreano narra a história um cantor de sopyonge, que, após a fuga do
filho, cega a filha mais nova para que ela também não o abandone e prossiga a carreira de cantora do gênero musical típico do país. DVD, legendas em espanhol. Classificação indicativa: 14 anos
A Virgem Desnudada por seus Pretendentes, de Hong Sang-soo (Coréia doSul/00). Jovem virgem, roteirista de TV, enreda-se num triângulo amoroso. O desenlace é contado em duas versões e seu autor é um dos mais cultuados cineastas da atualidade, apesar de pouco divulgado. DVD, legendas em espanhol. Ganhador do Prêmio Especial do Júri no Festival de Tóquio. Classificação indicativa: 16 anos
Programação
Sala Alexandre Robatto
Dia 14 de outubro, terça-feira:
15h ; Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 15 de outubro, quarta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 16 de outubro, quinta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 17 de outubro, sexta-feira:
15h - Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 18 de outubro, sábado:
15h - Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 19 de outubro, domingo:
15h - Sopyonje (112')
17h30 - Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
20h - A Virgem Desnudada por seus Pretendentes (126')
Dia 20 de outubro, segunda-feira:
15h Sopyonje (116')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 21 de outubro, terça-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 22 de outubro, quarta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 23 de outubro, quinta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 24 de outubro, sexta-feira:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 25 de outubro, sábado:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Dia 26 de outubro, domingo:
15h Sopyonje (112')
17h30 - Papel Não Embrulha Brasas (90')
20h Os LIP, A Imaginação no Poder (118')
Sala Walter da Silveira
Dia 17 de outubro, sexta-feira:
15h Barakat! (95')
17h30 O Fundo Mar (92')
20h - Gente da Sicília (78')
Dia 18 de outubro, sábado:
15h - JLG por JLG (62')
17h30 - Pai e Filho (83')
20h - Os Palhaços (92')
Dia 19 de outubro, domingo:
15h - Os Palhaços (92')
17h30 - Pai e Filho (83')
20h Barakat! (95')
Dia 20 de outubro, segunda-feira:
15h - Gente da Sicília (78')
17h30 - O Fundo Mar (92')
20h - Os Palhaços (92')
Dia 21 de outubro, terça-feira;
15h - JLG por JLG (62')
17h30 - Gente da Sicília (78')
20h Pai e Filho (83')
Dia 22 de outubro, quarta-feira:
15h - Os Palhaços (92')
17h30 - JLG por JLG (62')
Dia 23 de outubro, quinta-feira:
15h - O Fundo Mar (92')
17h30 Barakat! (95')
Serviço - Inéditos em Salvador
Data: 14 a 26 de outubro
Local: Fundação Cultural da Bahia – Biblioteca Pública do Estado da Bahia - Rua General Labatut, 27, Barris
Ingressos: Sala Walter da Silveira - 1Kg de alimento não perecível
Sala Alexandre Robatto - Entrada Franca
(recebido do jornalista Albenisio Fonseca)