Tuesday, April 29, 2008
Blusa de onça, enorme bolsa dourada lotada de lantejoulas, salto alto, maquiagem estilo “massa corrida”, cabelo com luzes e chapinha. Artista? Não, apenas uma perua.
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Peruas exageram, transgridem normas de equilibrio e bom gosto. São espalhafatosas e algumas sem noção. Não distinguem Paris de França, Londres de Inglaterra. Mas, são bem humoradas.
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Porque será que alguns homens meio acabados, estilo fim de carreira, se reunem na porta dos restaurantes árabes dos shoppings para ficar paquerando até velhinhas?
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Cotas ou merecimento? O certo é continuar defendendo ensino público e gratuito de qualidade da pre-escola ao pós-doutorado para TODOS e em pé de igualdade. Pior que já teve disso no Brasil.
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Enquanto isso, meninos saem das faculdades para dizer bobagens como rezistro (com z), xeru (com xis e u), estarei estando em São Paulo por uma semana e outras pérolas mais.
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Por ai botam culpa nas professoras, botam culpa no governo, nos patrões, nos pais que não incentivam os filhos a ler, na Internet. Ah, porque essa mania de sempre culpar alguem?
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A Set? Esta é cliente Vip desta coluna e não pode faltar: devia ficar de olho em motoqueiros que pra fugir a sinaleira andam subindo em calçadas e aterrorizando os pedestres.
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Refrigerante faz mal. Batata faz bem. Inhame e abóbora mais “in” do que nunca. Salmão com prestigio em baixa. Carne de porco subindo nas preferencias. Pois é, existe modismos em comida, também.
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Falando em comida, porque será que algumas baianas estão cobrando R$4,00 por um acarajé? será que baiano agora virou turista? Melhor para as baianas mais conscientes que vêm mantendo seus preços.
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Preços: esquisito. Salões de beleza da Pituba vem fazendo promoções praticamente iguais (pé, mão, hidratação ou corte, e escova) com preços quase iguais (R$30,00). Cartel ou falta de imaginação?
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Mais preço: um vestidinho de festa numa loja chic da cidade está custando R$2 mil. Pior que: a) não é lá essas coisas, b) tem quem pague c) saiu no jornal como chic e bonito.
De repente, o caso Isabella Nardoni ganha um destaque incomensurável, maior, até, do que deveria. Todos se transformam em advogados de acusação, e querem não só um culpado preso, mas um culpado morto como se aquilo fosse novela ou reality show e não a vida real.
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A Globo cobre o assassinato como se fosse desfile de escola de samba. O arerê em torno da reconstituição (fajuta, pois foi feita à luz do dia e não vai servir para nada) foi digno de final de copa do mundo. Record, Band, as outras emissoras acompanham a folia com igual sede de sangue.
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Enquanto isso, fato muito mais bizarro passa meio que despercebido: um pai na cidade de Amstetten, Austraia, engenheiro mecânico, revela-se amante da própria filha, pai de 7 filhos-netos, carcereiro da menina que ficou presa por 24 anos num canto qualquer da casa. Não é novela. É verdade.
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E a mesma Globo que faz do assassinato de uma criancinha um carnaval macabro, mostra na temperatura máxima um filme violento massacrado pela crítica, Taxi, com nossa Barbie-ambulante, Giselle Bundchen fazendo papel dela mesmo em estilo perigosamente louca. Bizarro. Tão bizarro quanto o pai australiano e quanto a cobertura do assassinato de isabela.
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Para amenizar, tome-lhe a cafonérrima Dança dos Famosos em estilo carta marcada com Christiane Torloni usando figurinos “já ganhou” enquanto seus concorrentes usam modelitos com gosto pra lá de estranhos. Outra bizarrice. Silvio Santos ressucita o Qual é a música, um desfile do cancioneiro brega do Brasil, mas que pelo menos envolve alguma pesquisa.
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Como se não bastasse o show da violencia ao vivo no noticiário, as novelas extrapolam em violência, exemplos de mau caráter e outras estrepulias. Duas Caras consegue ser a pior de todas. Gente como Antonio Fagundes e Marilia Pera se queimam em papéis mediocres contracenando com novatos sem charme ou talento como a fraquissima Debora Falabela (que nem ao menos é bonita).
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Melhor sair pra ver o sol. A era de aquário, pelo visto, foi propaganda enganosa, a violência de todos os tipos campeia. Mas isso é outra história.
Fatima Dannemann
Wednesday, April 23, 2008
Quando os gregos atropelam Hollywood
Maria de Fátima Dannemann
Esqueça a Grécia gélida dos mármores dos templos. Troque a beleza de Afrodite por tipos mediterrâneos. Para completar, imagine Eros acertando suas setas em dois corações tão distintos que você diria: “esse amor não vai dar certo”. Poderia até não dar, mas pelo menos, no cinema, o resultado é um campeão de audiência que corre por fora do velho “cinemão” Hollywoodiano. Casamento Grego, ou em inglês My Big Fat Greek Wedding, é a história que bem poderia ter sido escrita por um dos mestres da comédia ou da tragédia gregas, mas que tem griffe americana. Estouradíssimo nas bilheterias, arrebatou o primeiro lugar no ranking das maiores bilheterias nacionais no último fim de semana. O filme, que nos Estados Unidos permaneceu no Top 10 por mais 30 semanas, levou mais milhares de espectadores aos cinemas.
Na verdade, quando o assunto é casamento, o filme já tem meio caminho andado para se tornar campeão de audiência. A história do cinema tem muitos exemplos. De Núpcias de Escândalos, que uniu Katherine Hepburn e Spencer Tracy num romance do tipo “e foram felizes para sempre”, ao “Casamento do meu melhor amigo” no qual Julia Roberts apronta mil e umas para desmoralizar Cameron Diaz diante do noivo e às vésperas do casamento. Mas, esses eram filmes típicos de Hollywood envolvendo típicas famílias americanas e beldades que poderiam protagonizar anúncios do sabonete Lux. Em Casamento Grego, tudo é muito diferente. A começar pela falta de beldades esfuziantes e dando continuidade a uma pequena mostra, ainda que bastante caricaturizada de uma família grega, moderna, regida pelo cristianismo Ortodoxo e abençoada por Hera, a deusa dos casamentos fieis e das famílias unidas.
Nia Vardalos, atriz de dublagem, é a protagonista e a autora do roteiro. O projeto já estava pronto de longa data, mas os produtores achavam que um filme retratando gregos não atrairia o público. Foi ai que entrou em cena a mulher de Tom Hanks, a produtora Rita Wilson.
Rita assistiu a história num teatro em Los Angeles. Ficou encantada e por ser de origem grega identificou-se com a protagonista. Arrastou o maridão ao cinema, convenceu-o a arrumar os cinco milhões de dólares do orçamento e o resultado está ai: US$110 milhões arrecadados em seis meses em cartaz nos Estados Unidos. Os adeptos da simplicidade agradecem, está ai a prova de que pode se conseguir muito sem pirotecnias ou sem gastar mundos e fundos.
Diferenças culturais
O filme não chega a ser novidade. Filmes sobre casamentos entre pessoas de cultura ou origem diferentes existem há muito tempo. Mas sempre fizeram sucesso. Na década de 60, os mesmos Tracy e Hepburn de Núpcias de Escândalos viviam papel de sogro e sogra de um negro que estava noivo de sua loiríssima filha em Advinhe quem vem para jantar? As rabugices de Spencer Tracy, a atitude conciliadora de Kate Hepburn e o charme de Sidney Poitier, o black darling da época levaram as platéias ao delírio. Mas era tudo muito bonitinho.
O barato de Casamento Grego é que não há beldades, todo mundo tem a cara e o jeitão bem comum do nosso dia a dia e é possível reconhecer a sua tia engraçada, a sua prima vamp, o seu cunhado chatinho e até a vovó meio doidinha nas cenas do filme em que, se não tem nenhuma beleza estonteante de galã ou musa do cinema, tem o que falta em muitas famílias americanas e mesmo brasileiras: calor humano. E ainda tem o amor vencendo todas as barreiras e unindo pessoas e famílias tão diferentes que até parece um conto de fadas.
Para Nia Vardalos foi mais ou menos isso, porque o sucesso de Casamento Grego começa a render frutos. A emissora CBS resolveu levar o projeto, do jeito que é, para a telinha a toque de caixa. Seis episódios de uma série foram encomendados a Vardalos, que vai ser produtora, roteirista e atriz do programa, ainda sem título definido. O resto do elenco da fita, que inclui Michael Constantine, Lainie Kazan e Andrea Martin (a melhor atuação no filme, como a hilária tia Voula), também teria topado o projeto, de acordo com o web site Foxnews.com. A única dúvida seria John Corbett, que faz o papel do noivo Ian Miller, o "xeno" (estrangeiro). Há chances de que até Wilson tenha um papel no elenco.
Outros filmes sobre Casamento
Imagine se na hora do casamento, a noiva desse no “pé” e fugisse para encontrar o homem dos seus sonhos em outro lugar do planeta? Pois isso é o que acontece em “Only You” em que Marisa Tomei sai correndo atrás de Robert Downey Junior, vestida de noiva e tudo mais, percorrendo a Itália alucinadamente até ficar com o amado. Only You, no entando, não é o único filme que tem um casamento como plano de fundo que marcou época entre quem aprecia comédias românticas. Mas, tem mais: A última festa de solteiro, traz Tom Hanks as voltas com o ex-noivo maluco e ciumento tentando atrapalhar seu casamento. E em O Casamento de Muriel, uma feiosa australiana casa-se por conveniência com um bonitão.
Cher e Olímpia Dukakis receberam Oscar por sua atuação em Feitiço da Lua. Prestes a casar, o noivo de Cher viaja a negócios e ela simplesmente se apaixona pelo cunhado (Nicholas Cage). Outro filme em cartaz no circuito alternativo de Salvador, também fala de casamento, mas em outro tom. Bodas de Sangue, de Carlos Saura, traz a tela grande uma tragédia escrita por Garcia Lorca. Nem sempre as coisas são como pareciam ser. Noiva em fuga, com Julia Roberts e Richard Gere, mostra isso. Ike Graham é colunista de um importante jornal e causa um grande tumulto depois de publicar uma matéria sobre uma moça, Maggie Carpenter (ROBERTS), que mora em uma cidadezinha e tem o estranho hábito de abandonar seus noivos em pleno altar. Enquanto Ike tenta provar que sua estória é verdadeira, Maggie quer se vingar do jornalista fofoqueiro.
Maria de Fátima Dannemann
Esqueça a Grécia gélida dos mármores dos templos. Troque a beleza de Afrodite por tipos mediterrâneos. Para completar, imagine Eros acertando suas setas em dois corações tão distintos que você diria: “esse amor não vai dar certo”. Poderia até não dar, mas pelo menos, no cinema, o resultado é um campeão de audiência que corre por fora do velho “cinemão” Hollywoodiano. Casamento Grego, ou em inglês My Big Fat Greek Wedding, é a história que bem poderia ter sido escrita por um dos mestres da comédia ou da tragédia gregas, mas que tem griffe americana. Estouradíssimo nas bilheterias, arrebatou o primeiro lugar no ranking das maiores bilheterias nacionais no último fim de semana. O filme, que nos Estados Unidos permaneceu no Top 10 por mais 30 semanas, levou mais milhares de espectadores aos cinemas.
Na verdade, quando o assunto é casamento, o filme já tem meio caminho andado para se tornar campeão de audiência. A história do cinema tem muitos exemplos. De Núpcias de Escândalos, que uniu Katherine Hepburn e Spencer Tracy num romance do tipo “e foram felizes para sempre”, ao “Casamento do meu melhor amigo” no qual Julia Roberts apronta mil e umas para desmoralizar Cameron Diaz diante do noivo e às vésperas do casamento. Mas, esses eram filmes típicos de Hollywood envolvendo típicas famílias americanas e beldades que poderiam protagonizar anúncios do sabonete Lux. Em Casamento Grego, tudo é muito diferente. A começar pela falta de beldades esfuziantes e dando continuidade a uma pequena mostra, ainda que bastante caricaturizada de uma família grega, moderna, regida pelo cristianismo Ortodoxo e abençoada por Hera, a deusa dos casamentos fieis e das famílias unidas.
Nia Vardalos, atriz de dublagem, é a protagonista e a autora do roteiro. O projeto já estava pronto de longa data, mas os produtores achavam que um filme retratando gregos não atrairia o público. Foi ai que entrou em cena a mulher de Tom Hanks, a produtora Rita Wilson.
Rita assistiu a história num teatro em Los Angeles. Ficou encantada e por ser de origem grega identificou-se com a protagonista. Arrastou o maridão ao cinema, convenceu-o a arrumar os cinco milhões de dólares do orçamento e o resultado está ai: US$110 milhões arrecadados em seis meses em cartaz nos Estados Unidos. Os adeptos da simplicidade agradecem, está ai a prova de que pode se conseguir muito sem pirotecnias ou sem gastar mundos e fundos.
Diferenças culturais
O filme não chega a ser novidade. Filmes sobre casamentos entre pessoas de cultura ou origem diferentes existem há muito tempo. Mas sempre fizeram sucesso. Na década de 60, os mesmos Tracy e Hepburn de Núpcias de Escândalos viviam papel de sogro e sogra de um negro que estava noivo de sua loiríssima filha em Advinhe quem vem para jantar? As rabugices de Spencer Tracy, a atitude conciliadora de Kate Hepburn e o charme de Sidney Poitier, o black darling da época levaram as platéias ao delírio. Mas era tudo muito bonitinho.
O barato de Casamento Grego é que não há beldades, todo mundo tem a cara e o jeitão bem comum do nosso dia a dia e é possível reconhecer a sua tia engraçada, a sua prima vamp, o seu cunhado chatinho e até a vovó meio doidinha nas cenas do filme em que, se não tem nenhuma beleza estonteante de galã ou musa do cinema, tem o que falta em muitas famílias americanas e mesmo brasileiras: calor humano. E ainda tem o amor vencendo todas as barreiras e unindo pessoas e famílias tão diferentes que até parece um conto de fadas.
Para Nia Vardalos foi mais ou menos isso, porque o sucesso de Casamento Grego começa a render frutos. A emissora CBS resolveu levar o projeto, do jeito que é, para a telinha a toque de caixa. Seis episódios de uma série foram encomendados a Vardalos, que vai ser produtora, roteirista e atriz do programa, ainda sem título definido. O resto do elenco da fita, que inclui Michael Constantine, Lainie Kazan e Andrea Martin (a melhor atuação no filme, como a hilária tia Voula), também teria topado o projeto, de acordo com o web site Foxnews.com. A única dúvida seria John Corbett, que faz o papel do noivo Ian Miller, o "xeno" (estrangeiro). Há chances de que até Wilson tenha um papel no elenco.
Outros filmes sobre Casamento
Imagine se na hora do casamento, a noiva desse no “pé” e fugisse para encontrar o homem dos seus sonhos em outro lugar do planeta? Pois isso é o que acontece em “Only You” em que Marisa Tomei sai correndo atrás de Robert Downey Junior, vestida de noiva e tudo mais, percorrendo a Itália alucinadamente até ficar com o amado. Only You, no entando, não é o único filme que tem um casamento como plano de fundo que marcou época entre quem aprecia comédias românticas. Mas, tem mais: A última festa de solteiro, traz Tom Hanks as voltas com o ex-noivo maluco e ciumento tentando atrapalhar seu casamento. E em O Casamento de Muriel, uma feiosa australiana casa-se por conveniência com um bonitão.
Cher e Olímpia Dukakis receberam Oscar por sua atuação em Feitiço da Lua. Prestes a casar, o noivo de Cher viaja a negócios e ela simplesmente se apaixona pelo cunhado (Nicholas Cage). Outro filme em cartaz no circuito alternativo de Salvador, também fala de casamento, mas em outro tom. Bodas de Sangue, de Carlos Saura, traz a tela grande uma tragédia escrita por Garcia Lorca. Nem sempre as coisas são como pareciam ser. Noiva em fuga, com Julia Roberts e Richard Gere, mostra isso. Ike Graham é colunista de um importante jornal e causa um grande tumulto depois de publicar uma matéria sobre uma moça, Maggie Carpenter (ROBERTS), que mora em uma cidadezinha e tem o estranho hábito de abandonar seus noivos em pleno altar. Enquanto Ike tenta provar que sua estória é verdadeira, Maggie quer se vingar do jornalista fofoqueiro.
Saturday, April 19, 2008
Cidade meio vazia. Feriadão da semana levou muita gente para fora de Salvador. Preços promocionais nas passagens aéreas ajudaram.
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Outro motivo para que as pessoas tenham aproveitado o feriadão desta semana fora de Salvador são os belos dias de sol. Onde está o outono mesmo?
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As comemorações pela semana do jornalista terminaram ontem com uma festa dançante na tenda do Salvador Prime.
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E a moda, heim? Depois que Marisa Leticia apareceu nuns e-mails com tailleur de pano de sofá, certa boutique grã-fina da Pituba resolveu fazer o mesmo.
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Na vitrine, modelitos feitos com pano de estamparia floral que muito lembra sofás e poltronas. Detalhes: modelos e tecidos de gosto duvidosissimo apesar de caros.
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Fora a doideira do vestidinho de sofá - parecendo roupetinha de caipira - a moda inverno não traz muita novidade, não. As tendencias são a mesma de sempre.
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Cirurgião dando entrevista numa revista feminina: fazer cirurgia estética, para ele, não seria errado por elevar a auto-estima das pessoas.
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Tudo bem, só que tem gente que anda exagerando. Os médicos engordam suas contas bancárias e as pacientes nunca ficarão satisfeitas.
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Tem gente que não se toca mesmo. Um desses que esqueceu o "simancol" na maternidade é Leonardo (ou seria Leandro?).
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Além de mala sem alça e que lembra o mais negro período da história do Brasil depois da ditadura - o governo Collor - ele mais parece forçar a barra para aparecer nos programas da Globo.
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Antes era Sandy e Junior. Felizmente - para quem não aturava mais eles - parece que a dupla se separou mesmo. Nossos ouvidos agradecem aliviados.
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Só mais uma de música: o MC Créu resolveu investir no estilo. Depois da Dança do Créu, apareceram outros "sucessos", como a academia do créu. Haja!
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No mais, o caos. Obras na Orla atrapalham o trânsito na Avenida Otavio Mangabeira. Inexplicável é que chega no ex-clube Portugues e a maioria dos carros some.
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Bochicho da semana: a Petrobras acha que tem mais petróleo no Brasil. Apenas acha. Mas se tiver, melhor para nós.
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E quem matou Isabella? Será que o crime da menininha merecia tanto destaque assim? Agora milhares de crianças preocupam pais e professores pois estão apavorados.
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Está nos jornais: principalmente em São Paulo, crianças tem estado em pânico com medo de serem mortas se fizerem bobagens. Um horror.
***
Enquanto isso, um crime muito mais importante continua obscuro: a morte de Leonel, dono dos restaurantes Bargaço e Costa Marina.
Esportes na Tunisia
uma coisa eu notei em minhas andanças pelo deserto: os tunisinos gostam de futebol. Se não gostarem de jogar - a seleção de lá não é essas coisas e meu sobrinho me recomendou para que eu não comprasse camisa de futebol para ele - adoram assistir.
Em Djerba, lembro que até a boite do hotel parou no domingo a noite porque o DJ foi assistir ao classico Costa do Marfim x Ghana. C lassico, sim, da copa da África.
Seja como for, nas cidades maiores há cartazes como esse da foto - além de quadras esportivas.
E eles são bilingues. Numa imagem, texto em frances. na outra, aquela indecifravel linguagem árabe que parece eletrocardiograma.
Por dentro dos oásis
Eu nunca tinha visto um pé de tâmara antes. Aliás, jurava de pé junto que as tâmaras nasciam em árvores frondosas como jaqueiras, mangueiras, etc.
Eu também achava que oásis eram aqueles lugares cheios de sheiks, odaliscas e muito luxo. Não é bem assim, não. Oásis são lugares onde tem água e na tunisia, são aproveitados para o cultivo de tudo o que eles consomem principalmente tâmaras.
Este oásis da foto é o de Gabes, no litoral. A cidade é horrorosa, mas ai dentro do palmeiral é bonito e a paz que se sente perambulando entre as árvores é enorme. Em Gabes, eles produzem não somente tâmaras como essências, temperos, especiarias, ah, e henna. Muita henna. Porque o cabelo dos tunisinos seria tão bonito, heim?
Eu nunca tinha visto um pé de tâmara antes. Aliás, jurava de pé junto que as tâmaras nasciam em árvores frondosas como jaqueiras, mangueiras, etc.
Eu também achava que oásis eram aqueles lugares cheios de sheiks, odaliscas e muito luxo. Não é bem assim, não. Oásis são lugares onde tem água e na tunisia, são aproveitados para o cultivo de tudo o que eles consomem principalmente tâmaras.
Este oásis da foto é o de Gabes, no litoral. A cidade é horrorosa, mas ai dentro do palmeiral é bonito e a paz que se sente perambulando entre as árvores é enorme. Em Gabes, eles produzem não somente tâmaras como essências, temperos, especiarias, ah, e henna. Muita henna. Porque o cabelo dos tunisinos seria tão bonito, heim?
Wednesday, April 09, 2008
E ainda é pouco
Fatima Dannemann
Bochicho da semana nos meios jornalísticos: Ziraldo e Jaguar terão direito, cada um, a R$1 milhão de indenização por danos sofridos no período da ditadura quando estiveram a frente do jornal Pasquim. O que deveria ter sido visto como uma conquista para o jornalismo brasileiro, acabou recebendo críticas por parte dos que se esqueceram do significado do Pasquim para o Brasil da década de 60, achando que a verba deveria ser destinada a um dos programas assistenciais do pais (que não chegam pra resolver problemas crônicos de analfabetismo, fome, etc). Serão ao todo R$ 11 milhões a serem distribuidos entre 20 jornalistas que tiveram problemas com as forças repressoras e os ex-diretores do Pasquim recebem a maior parte além de uma pensão vitalícia de cerca de R$4 mil.
Coitadinhos à parte - não é não pagar a indenização aos diretores do Pasquim que vai deixar ninguem mais letrado ou mais saudável nesse pais - é bom lembrar o que o Pasquim significou para a própria história do jornalismo brasileiro. Hoje, pode até haver outros modelos, formatos e prioridades, mas o jornal representou muito mais do que um simples meio de fazer oposição ao regime militar de uma forma engraçada, e ferozmente crítica. O Pasquim foi o retrato de um Brasil que não volta mais: um país culto, que assistia a filmes franceses, discutia psicanálise e filosofia nas praias, tinha uma moda brasileira e made in Rio, em que se contavam piadas e riam-se as gargalhadas sem ter que obedecer a “padrões” ou a “códigos” estabelecidos deus-sabe-por-quem até porque já existia uma censura oficial a ser burlada.
Foi um jornal que deu certo numa época em que nada dava certo. Millor Fernandes, colaborador e depois diretor do jornal, saira de uma experiencia fracassada com a revista Pif Paf antes de embarcar no Pasquim. Nego ria, debochava não acreditava, mas não só o jornal deu certo como deu cria (o Planeta Diário, hoje transformado em Casseta e Planeta). A redação era em Ipanema, as entrevistas feitas nos bares e envolviam pessoas das mais diversas vertentes como o colunista (e mito) Ibrahim Sued e a atriz (e mito) Leila Diniz.
Bastavam detalhes como esses para lembrar que a indenização a ser recebida ainda é pouca para o que o jornal representou. Em novembro de 1970, 9 integrantes da equipe foram presos Sergio Cabral, Luis Carlos Maciel, Tarso de Castro, Fortuna, Paulo Garcez, Paulo Francis, o funcionário Haroldo além de Jaguar e Ziraldo. Foram dois meses na cadeia, mas o Pasquim continuou circulando normalmente por conta do trabalho de Henfil, Millor Fernandes e mais alguns colaboradores. Muitas das edições foram apreendidas nas bancas e por conta da censura em 1971 a equipe devia entre 200mil e 400mil dólares. Foi quando Tarso de Castro foi afastado e Millor Fernandes foi sanear o jornal o que conseguiu em 1975.
A partir do final dos anos 70, começo dos 80, o Pasquim se coligou a partidos políticos. Ziraldo perdeu suas cotas numa aposta com Jaguar. Ele não acreditava que Brizola fosse eleito. Perdeu a aposta e o jornal que ficou apenas com Jaguar e já não era a mesma coisa. Para sair, precisava ser encartado em outros jornais. Ficou político e chato. No final dos anos 80 foi vendido e em 91 deixou de circular.
***
Leila Diniz, Ibrahim Sued e outras lendas
As peruas e patricinhas que ficam o dia inteiro na academia e no salão malhando, fazendo chapinha, regimes e tratamentos para parecer - em tudo, especialmente na falta de opiniões próprias - com a Boneca Barbie não têm a menor noção do que Leila Diniz representou e tudo o que ela passou por conta de uma simples entrevista a um jornal. Simples, não. Uma entrevista feita por algumas das principais cabeças pensantes do país, num bar de um bairro que era lenda na época e até deu música, Ipanema.
A edição que teve Leila na Capa foi uma das principais do Pasquim, cerca de 120 mil exemplares vendidos. Na conversa com a turma do tabloide, Leila soltou não somente as frangas como o verbo. Nada menos do que 72 palavrões foram substituidos por astericos. Relato de sua vida sexual tomou conta das páginas do Pasquim e desgostou a Rede Globo que simplesmente demitiu a atriz, que na época atuava em novelas. Leila morreu em 72. Muito antes da intolerância e dos exageros cometidos em nome do “politicamente correto”.
Mas, tem muito mais. Outro entrevistado famoso do jornal foi Ibrahim Sued. Alguem que revolucionou o colunismo social porque não ficava só elogiando vestido ou falando de fotos. Inventou termos como “pantera”, “geração pão com cocada”, “a demain que eu vou em frente”, e até dava toques sobre quem tinha brigado com quem (”não convidem para a mesma mesa…”)
Nas livrarias, há uma edição especial do Pasquim encardenada para quem quiser rever o jornal ou quem quiser conhece-lo melhor. Outros colaboradores também foram ícones do Brasil dos anos 60 (mais culto e mais charmoso… diga-se de passagem) Odete lara - ex-musa do Cinema Novo e hoje budista, Jô Soares, Vinicius de Morais, Glauber Rocha além de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Para quem não sabe, Jaguar criou mais de 20 mil cartuns e sofreu atentado a bomba no tempo da ditadura. Foi ele, também, quem publicou o livro “o que é isso companheiro” de Fernando Gabeira. Ziraldo, entre outras coisas, criou nos anos 60 a inesquecível Turma do Pererê, quadrinhos 100 por cento made in Brasil, e mil outros personagens famosos entre os quais O Menino Maluquinho.
Fatima Dannemann
Bochicho da semana nos meios jornalísticos: Ziraldo e Jaguar terão direito, cada um, a R$1 milhão de indenização por danos sofridos no período da ditadura quando estiveram a frente do jornal Pasquim. O que deveria ter sido visto como uma conquista para o jornalismo brasileiro, acabou recebendo críticas por parte dos que se esqueceram do significado do Pasquim para o Brasil da década de 60, achando que a verba deveria ser destinada a um dos programas assistenciais do pais (que não chegam pra resolver problemas crônicos de analfabetismo, fome, etc). Serão ao todo R$ 11 milhões a serem distribuidos entre 20 jornalistas que tiveram problemas com as forças repressoras e os ex-diretores do Pasquim recebem a maior parte além de uma pensão vitalícia de cerca de R$4 mil.
Coitadinhos à parte - não é não pagar a indenização aos diretores do Pasquim que vai deixar ninguem mais letrado ou mais saudável nesse pais - é bom lembrar o que o Pasquim significou para a própria história do jornalismo brasileiro. Hoje, pode até haver outros modelos, formatos e prioridades, mas o jornal representou muito mais do que um simples meio de fazer oposição ao regime militar de uma forma engraçada, e ferozmente crítica. O Pasquim foi o retrato de um Brasil que não volta mais: um país culto, que assistia a filmes franceses, discutia psicanálise e filosofia nas praias, tinha uma moda brasileira e made in Rio, em que se contavam piadas e riam-se as gargalhadas sem ter que obedecer a “padrões” ou a “códigos” estabelecidos deus-sabe-por-quem até porque já existia uma censura oficial a ser burlada.
Foi um jornal que deu certo numa época em que nada dava certo. Millor Fernandes, colaborador e depois diretor do jornal, saira de uma experiencia fracassada com a revista Pif Paf antes de embarcar no Pasquim. Nego ria, debochava não acreditava, mas não só o jornal deu certo como deu cria (o Planeta Diário, hoje transformado em Casseta e Planeta). A redação era em Ipanema, as entrevistas feitas nos bares e envolviam pessoas das mais diversas vertentes como o colunista (e mito) Ibrahim Sued e a atriz (e mito) Leila Diniz.
Bastavam detalhes como esses para lembrar que a indenização a ser recebida ainda é pouca para o que o jornal representou. Em novembro de 1970, 9 integrantes da equipe foram presos Sergio Cabral, Luis Carlos Maciel, Tarso de Castro, Fortuna, Paulo Garcez, Paulo Francis, o funcionário Haroldo além de Jaguar e Ziraldo. Foram dois meses na cadeia, mas o Pasquim continuou circulando normalmente por conta do trabalho de Henfil, Millor Fernandes e mais alguns colaboradores. Muitas das edições foram apreendidas nas bancas e por conta da censura em 1971 a equipe devia entre 200mil e 400mil dólares. Foi quando Tarso de Castro foi afastado e Millor Fernandes foi sanear o jornal o que conseguiu em 1975.
A partir do final dos anos 70, começo dos 80, o Pasquim se coligou a partidos políticos. Ziraldo perdeu suas cotas numa aposta com Jaguar. Ele não acreditava que Brizola fosse eleito. Perdeu a aposta e o jornal que ficou apenas com Jaguar e já não era a mesma coisa. Para sair, precisava ser encartado em outros jornais. Ficou político e chato. No final dos anos 80 foi vendido e em 91 deixou de circular.
***
Leila Diniz, Ibrahim Sued e outras lendas
As peruas e patricinhas que ficam o dia inteiro na academia e no salão malhando, fazendo chapinha, regimes e tratamentos para parecer - em tudo, especialmente na falta de opiniões próprias - com a Boneca Barbie não têm a menor noção do que Leila Diniz representou e tudo o que ela passou por conta de uma simples entrevista a um jornal. Simples, não. Uma entrevista feita por algumas das principais cabeças pensantes do país, num bar de um bairro que era lenda na época e até deu música, Ipanema.
A edição que teve Leila na Capa foi uma das principais do Pasquim, cerca de 120 mil exemplares vendidos. Na conversa com a turma do tabloide, Leila soltou não somente as frangas como o verbo. Nada menos do que 72 palavrões foram substituidos por astericos. Relato de sua vida sexual tomou conta das páginas do Pasquim e desgostou a Rede Globo que simplesmente demitiu a atriz, que na época atuava em novelas. Leila morreu em 72. Muito antes da intolerância e dos exageros cometidos em nome do “politicamente correto”.
Mas, tem muito mais. Outro entrevistado famoso do jornal foi Ibrahim Sued. Alguem que revolucionou o colunismo social porque não ficava só elogiando vestido ou falando de fotos. Inventou termos como “pantera”, “geração pão com cocada”, “a demain que eu vou em frente”, e até dava toques sobre quem tinha brigado com quem (”não convidem para a mesma mesa…”)
Nas livrarias, há uma edição especial do Pasquim encardenada para quem quiser rever o jornal ou quem quiser conhece-lo melhor. Outros colaboradores também foram ícones do Brasil dos anos 60 (mais culto e mais charmoso… diga-se de passagem) Odete lara - ex-musa do Cinema Novo e hoje budista, Jô Soares, Vinicius de Morais, Glauber Rocha além de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Para quem não sabe, Jaguar criou mais de 20 mil cartuns e sofreu atentado a bomba no tempo da ditadura. Foi ele, também, quem publicou o livro “o que é isso companheiro” de Fernando Gabeira. Ziraldo, entre outras coisas, criou nos anos 60 a inesquecível Turma do Pererê, quadrinhos 100 por cento made in Brasil, e mil outros personagens famosos entre os quais O Menino Maluquinho.
novelas, reality shows, noticiarios…
Fatima Dannemann
Antes, o que dava Ibope era “sacanagem”. Agora, o que dá Ibope é violência. Pior para quem não aguenta “porrada” ainda que a pancadaria seja nos outros. Começa pelas novelas. Na Record, encheram o horário nobre de vampiros e mutantes. A pancadaria come solta na história que tem - pasmem - o titulo de Caminhos do Coração e vai até ganhar uma segunda parte.
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Para que sentar para assistir violência se nem é preciso chegar a janela para assistir à violência ao vivo? Nos bairros populares há tiroteio quase todos os dias nos fins de linha. Nos bairros nobres (???) a violência salta aos olhos em pleno trânsito. Alguem invade um sinal, quase lhe atropela e quando você reclama ouve: “poxa, meu carro é importado”. SET? Esqueça… Você ouvirá do fiscal “você quer que eu fique em pé fiscalizando?” Enquanto isso, um ladrão pé de chinelo rouba uma bolsa. Fregueses de um bar lotado resolvem dar uma surra no meliante (que em países mulçumanos ficaria anos e anos na penitenciaria mas aqui é apenas um “oh, coitado…”). Polícia chega, atira para o alto. Dane-se se a bala pode pegar alguem num prédio distante. Acaba a festa no bar e os sonhos e sono de quem descansava depois do almoço.
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Enquanto isso, o psiquiatra Marcelo ganha fama e sucesso por fazer violência e terrorismo mental no BBB8. Numa turma fraca, de mulheres lindas mas meio burras e homens feios mas bastante bobos ao ponto de namorarem com tres colegas, ainda reclamaram de Gisele. A própria Globo alegou que a moça só andava isolada e emburrada. Ninguem notou que ela foi vítima da pior violência: o preconceito e o racismo dos sulistas que se acham “melhores” do que quem mora no Norte embora demonstrem justamente o contrário quando não distinquem Ceará de Pernambuco ou Bahia de Sergipe.
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Finalmente, Duas Caras. Depois da batalha na Portelinha, depois de Edivânia comandar o massacre contra o trio (agora quarteto) gay - Dalia, Heraldo, Bernardinho e agora Carlão, depois do Sufocador de Piranhas, Silvia resolve tentar matar o menino Renato por ciumes de Ferraço. E mais: Celia Mara resolve perseguir Branca por todos os meios e acaba vítima de assalto em plena rua com a TV mostrando todos os detalhes.
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E ainda é pouco, pois o que a TV mostrou nos ultimos dias, chocou o país, a morte da menina Isabela Nardoni. Uma menina de cinco anos vai passar o fim de semana com o pai e aparece morta no jardim. Caso esquisito, estranho, mas antes de ficar julgando ou fazendo especulações, melhor seria esperar o resultado das investigações oficiais. Afinal, sair acusando ou dando opiniões é tão criminoso quanto: se o acusado for inocente?
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