Um dia ainda terei uma piscina de bolinhas
por Fatima Dannemann
Se algum dia eu ficar milionária e puder me dar ao luxo de, ao mesmo tempo ser excêntrica e considerada chique, podem escrever: vou construir uma piscina de bolinhas em minha casa.
Uma das minhas frustrações. Nunca nadei numa piscina de bolinhas. Já tomei banho de mar, de rio, de cachoeira, em corredeiras, em lago (er, eu tentei... mas as aguas do Loch Lomond eram geladas), de banheira, de espuma. Mas, de bolinha naquelas piscininhas de festinha infantil e de parquinho do Mc Donalds, nunca.
Bom, nós, que somos um pouquinho mais velhos que os pirralhos costumamos dizer que nossa infancia foi melhor. Por exemplo: podia entrar no cine Rio Vermelho dizendo o ingresso está lá atrás e não pagar nada, gritar tá na horaaaaaaa quando o filme atrasava, e meu dinheirooooooo quando o filme quebrava. A geração multiplex não pode nem ficar no cinema a tarde toda e assistir ao mesmo filme trocentas vezes, os fiscais não deixam, e haja fiscal.
Ainda tem a pipoca: carésima, com gosto de isopor daquelas que só pode ser vendida num pacote que vendem uma coca cola pet acondicionada num copo de papelão dificilimo de carregar. As garrafas de vidro eram quebráveis mas eram até mais ecológicas, pois ia tudo pro engradado e não ficava aquele bando de copos e porqueiras espalhados no chão.
Mas, a pirralhada de hoje tem coisa melhor sim: cinema 3D, piscina de bolinhas, video game, e aquelas lojas de bombons toda transadinhas que vendem aqueles pirulitos enormes enfeitadinhos...
Bom, vamos esquecer os multiplex e os cinemas poeiras. Vamos pensar nas coisas boas como o conselho dos psicologos de manter viva a criança interior...
Com licença, enquanto não viro milionária excentrica (e chiquérrima), enquanto não tenho minha própria piscina de bolinhas, com licença: tou indo a lojinha comprar meus pirulitos.
No comments:
Post a Comment