A capela de Santo Antônio de Mataripe, construída em meados do século XVIII e localizada no município de São Francisco do Conde, na região do Recôncavo baiano, onde se deu assentamentos de importantes construções e engenhos de cana-de-açucar, desde o século XVI, está agora protegida, legalmente, pelo poder público estadual.
O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da secretaria estadual de Cultura, iniciou neste mês (julho, 2008) processo de tombamento do imóvel. A ação foi iniciada, em 1998, pelo órgão federal Iphan, mas, arquivada por seu conselho consultivo que alegou ausência de verba para continuidade.
Em junho deste ano (2008), dez anos depois, o Iphan solicitou que o Estado passasse a se responsabilizar pelo processo, o que fez com que a Gerência de Pesquisa e Legislação de Patrimônio Material e Imaterial do IPAC, retomasse as pesquisas. Já no último dia 8 deste mês (julho, 2008) o IPAC entregou a notificação de tombamento provisório ao Gerente Geral da Unidade de Negócio da Refinaria Landulpho Alves, unidade da Petrobras, localizada no distrito de Mataripe, e atual proprietária da capela.
História do Recôncavo baiano - De acordo com o diretor geral do IPAC, arquiteto Frederico Mendonça, a importância histórica e arquitetônica da capela é inquestionável. "A notificação de tombamento já garante a salvaguarda imediata desse imóvel", explica Mendonça. Embora a capela se encontre, hoje, em ruína eminente, o início de tombamento faz com que o imóvel passe a ser protegido pelas legislações estaduais e federais. "Apesar da devastação ocorrida os últimos anos, ainda restam elementos que não devem ser esquecidos", relata o diretor do IPAC.
Com 409 metros quadrados de área edificada, a capela foi construída nas terras do antigo Engenho Mataripe, de propriedade original da família Moniz Barreto de Aragão e Meneses. O acesso ao monumento se faz através da estrada que liga as cidades de Candeias e Madre de Deus. Típica capela de engenho, construída em meados do século XVIII, em ponto mais elevado que a antiga casa-grande e fábrica, já desaparecidas, a construção tem, contudo, em sua planta-baixa, características das igrejas matrizes interioranas do final do século XVII. Em 1873, seu altar original, em estilo barroco, foi substituído por um neoclássico, ao gosto da época.
A capela tem dois andares, é feita de pedra e tijolos, com telhas de canal e piso em mármore branco e cinza. Nas lápides funerárias, de grande valor histórico, há nove enterramentos dos membros dos Monizes de Aragão, personagens da história do Recôncavo e da Bahia. Na fachada, encontram-se um frontão em espiral, uma porta em cantaria e cinco janelas de guilhotinas. No interior do imóvel, o destaque fica por conta das imagens de Nossa Senhora da Conceição, São José e Ascenção do Senhor, e o lavabo com o golfinho, datado de 1873. As torres são do final do século XIX, com terminação piramidal remetendo arquitetura gótica da Idade Média.
São Francisco do Conde O município baiano de São Francisco do Conde detém cerca de 267 quilômetros quadrados e pertenceu à Salvador até 1697, quando foi emancipado tornando-se o 3º município brasileiro com maior PIB per Capita, graças à economia atual baseada na exploração e refino de petróleo. Limita-se com os municípios de Santo Amaro, São Sebastião do Passé, Candeias, Salvador e as águas da Baía de Todos os Santos. A ocupação da região data do século XVI.
Assessoria de Comunicação IPAC 25.07.2008 sexta-feira
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