Sunday, September 25, 2005

size=3>Através da janela da Lia

Fatima Dannemann

Vejo o
por do sol
da janela do oitavo andar
e peço licença poética
para falar
sobre
o concreto poético
da esquina mais próxima
e periquitos
gritam
sem licença
e o verde rompe o cinza
por que verde é a cor
de
algumas poesias
e verde é o tom da camisa do poeta
e eu não peço
licença
para soltar meu sorriso
e rio para periquitos que
voam
indiferentes
diante de janelas de blindex
e a vida é
concreta
como a fagulha de um isqueiro
que acende um cigarro
ou um
incenso
e a vida são horas de papo
sobre as idas e vindas
de vidas que
se cruzam com as vidas.
E eu peço licença ao poeta
e me dou uma pausa para
o café
e peço licença ao sol que se põe
para esperar a lua que chega de
mansinho...
E dá vontade de ninar os periquitos
de por os passaros e todo
o verde
para dormir
porque eu também estou com sono...
E faço da minha
voz
um poema
ou ladainha...
Que digam alô a beleza
e venha a noite
depois que o sol se for


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