Thursday, May 31, 2007

Pai também ama

Fatima Dannemann

Dizem os versos que “ser mãe é padecer no paraíso”. E ser pai? Onde os pais padecem? Sufocados por “ordens mudas” como a de que homem não chora, muitos morrem cedo, de infarto, por serem obrigados a sufocar a emoção. Pai que é pai, reza a cartilha dos ditames sociais, é o que paga as contas, o que dá as ordens na casa, é aquele a quem se devem todas as honras e todas os atos. Algo cerimonial e distante. Um ser quase inumano de quem se deve respeitar e temer. Não concordo com nada disso.
Claro, há pais ausentes. Mas há mães ausentes, também. Há os pais que abandonam os filhos, mas há mães, que ainda na maternidade, saem para comprar cigarro e esquecem os filhos no primeiro saco de lixo. Então não há porque ditar regras como a de sempre amar as mães e apenas respeitar os pais. Que seja feita justiça, cinqüenta por cento de amor aos dois, porque a mãe jamais carregaria um filho na barriga nove meses se o pai não fizesse a sua parte no trato divino (ou cientifico?) da concepção humana. Elas por elas, cada qual é importante em sua presença e em sua ausência embora cada vez mais pais e mães tem que fazer papel de pais e mães ao mesmo tempo numa só família. As emoções podem ser diferentes, mas pai e mãe têm o mesmo sentimento – de amor (ou indiferença, pois infelizmente isso existe) – pelos filhos.
Ser pai ou ser mãe – dá no mesmo – é principalmente amar e respeitar os filhos. É lembrar que colocar uma criança no mundo não torna este novo ser humano uma propriedade sua. Ele pode contribuir com exemplos, com atitudes, com amor, para que o filho crie aspirações sempre elevadas, mas deve respeitar o filho não só como um pedaço de si mesmo, mas como um novo alguém que um dia, lá no futuro, seguirá seus próprios caminhos. Os pais (ambos, claro, pai e mãe) são os primeiros mestres, mas eles não vão poder abrir a estrada e levar o filho no colo por todo caminho. Basta apontar as prováveis direções, falar sobre os riscos na estrada, sobre como paisagens bonitas as vezes escondem penhascos traiçoeiros, nunca proibir demais nem permitir de menos, e nunca permitir tudo e não proibir nada. Mas equilibrando, pois a lei do equilíbrio é uma das normas que põem ordem em todo o universo.
Pai. Como mãe, três letras e apenas uma sílaba na palavra em português. Um ser que remete ao divino, simplesmente porque o nome Pai, lembra Deus. Mas o pai terreno é um ser humano. Alguém que sente, sofre, ama, chora, se emociona, tem tristezas, alegrias, e é obrigado, em nome das responsabilidades materiais, sufocar tudo isto. E ao arcar com toda a família, pouco sobra tempo para conviver com os filhos.
REEDIÇÃO


"O amor que tu me tinhas acabou em baixaria"

Fatima Dannemann

Quem diria: a Cinderela e o Príncipe das Alagoas se separaram. Pior, na maior baixaria. Bom, essa noticia me chegou com uns dois ou três meses de atraso. Culpa das revistas das salas de espera de médicos, dentistas, fisioterapeutas, salões de beleza e esses lugares que a gente precisa ir de vez em quando (na verdade eu não vou ao fisioterapeuta. Minha mãe é que vai. Eu apenas acompanho e aproveito para ler revista de graça). Estava lendo, o queixo foi par ao pé. Comentei em voz alta:
- Uau, Collor e Rosane se separaram...
Alguém respondeu:
- dos anos...
Outro:
- já separou tarde
Em outros tempos se o Brasil não estivesse afundado na lama das maracutaias, fraudes, corrpuções e CPIs atuais, o caso ia parar nas manchetes de todos os jornais. Seria que nem o fim do casamento de Ronaldo e a Cicarelli, uns meses atrás. Pois é. Os dois sócios no crime... er, os dois pombinhos da República das Alagoas resolveram cantar aquela música de Chico Buarque: eu vou deixar a medida do Bonfim, não me valeu...
No caso, a medida do Bonfim são os bens de Collor que ele alega que Rosane não tem direito e vem brigando com ela por conta disso. O resto? "pode guardar, o resto é seu" e foi o que Fernando fez. Encaixotou tudinho e mandou de São Paulo para Maceió onde a ex-primeira dama, a mulher que inaugurou a peruice em território brasileiro, só faz chorar, chorar, chorar. Ah, e recitar versículos da Bíblia, pois depois de toda lama, impeachment, excesso de enfeites e dourados, Rosane ex-Collor agora apenas Malta resolveu virar crente e se converteu a uma seita evangélica. E a revista contou tudo com uma riqueza de detalhes em que só faltou o nome de algumas fontes o que contradiz o que eu digo: jornalista não ouve dizer, jornalista apura...
Tudo teria começado, segundo a revista, quando a mãe de Rosane faleceu. As relações com Collor (aquele poço de frieza, diga-se de passagem) foram ficando abaladas. Ai, ele resolveu reformar uma casa, contratou uma arquiteta e no tirar as medidas daqui, projetar um quarto de lá, ele se envolveu e engravidou a moça que, ao que tudo indica, pode ser a próxima Senhora Collor de Mello.
Rosane não deixou barato não. Ela chora, sim, mas resolveu brigar na justiça pelos direitos dela (bom, Collor paga uma pensão indecentemente maior do que a maioria dos salários brasileiros. Mas, considerando-se todo o mico que a mulher de um político nesse país precisa pagar, é muito pouco. Embora Rosane não seja nenhum querubim). E essa briga promete ser quase tão emocionante quanto à condenação de José Dirceu (tem que sair em nome da Justiça que o PT - ainda - prega).
Toda essa baixaria amorosa passou ao largo dos holofotes. Claro. Aconteceu ao mesmo tempo em que mensalão, Dirceu, Delúbio eram denunciados, em que Severino ainda aprontava algumas antes de ser cassado, em que Maluf era preso, e que Tião e Sol decidiam ficar com Simone e Ed na reta final da novela América. Mas a vida real apenas parece novela. Muitos casamentos, infelizmente, acabam assim. Sejam alianças políticas, seja a união de uma perua com o presidente que limpou o bolso dos brasileiros com um plano econômico maluco para se revelar nem tão honesto como dizia. Pois é... Rosane deve cantar que o anel que Collor deu a ela não era vidro e ainda está inteiro. Mas o amor que ele tinha? Ah, acabou em baixaria. E ninguém sentirá falta.

Thursday, May 17, 2007

CONSIDERAÇÕES SOBRE PARAISO TROPICAL...

Essa novela tem muito de deja vu...

- um mega empresário com dois assessores, um bonzinho e um mauzão: claro que é a semelhança entre Antenor Cavalcanti e Lineu Vasconcelos (de Celebridade)

- duas gemeas identicas de personalidades opostas, uma querendo lascar com a vida da outra... Você pensou em Ruth e Raquel, de mulheres de areias? eu também. Mas é a vez Paula e Taís

- Copacabana como plano de fundo? Você viu isso em Dancing Days? Confere

- Uma mulher-quase-objeto traida e dominada por um marido machista e preconceituoso: Ana Luisa já teve mil outros nomes em várias outras novelas

- Fernanda Candido fazendo o papel da "outra" ou da "concumbina": a moça é linda, classuda, mas insistem em colocá-la sempre no mesmo tipo de papel. Bom, pelo menos dessa vez as roupas NÃO são de época...

- Ivan, um projeto de marginal e desocupado, que insiste em colocar um rapaz ingenuo e bem intencionado numa fria: você vê isso em malhação

- Garoto de programa mentiroso: Umberto. Mas você já viu isso em Belissima, quando o Mateus enrolava o pai para ficar com a coroa Marion... er, a personagem de Vera Holz...

Friday, May 04, 2007

Confissões Perigosas



Fatima Dannemann



- Tenho uma coisa a lhe confessar. Eu transei com seu marido

- Eulália, não acredito, minha melhor amiga e meu marido.

- Foi um momento de fraqueza, Rosenice, só uma vez. Um deslize. Arrependo amargamente, jamais repetiria, mas eu preciso contar.

- Biscateira! Safada! Cretina. Meu marido... Não acredito, Eulália.

- Calma Rosenice. Afinal eu estou lhe contando e foi só uma vez.

- Quando?

- Faz tempo. Num bar. Ele estava num bar, num shopping. Parecia triste. Fui conversar, saber se podia ajudar. Rolou.

- Grande amiga. E que ajuda, né? Me traindo... Sua melhor amiga, Eulália.

- Poxa, Rosenice... Foi só uma vez e, olhe, nem valeu a pena. Muito rápido. Só o trivial, sabe como...

- Sei muito bem, traidora. Eu sou casada com ele, esqueceu? Conheço bem a peça.

- Pecinha para ser mais exata, Rosenice. Por isso não repetiria. Meu marido...

- Sei, Eulália... Sei... Não precisa vir com discurso. Você já falou: momento de fraqueza, deslize, tem seu marido e...

- Sou sua amiga, acredite. Por isso resolvi lhe contar. Eu sei que já faz tempo, mas eu precisava tomar coragem.

- Ah é? Coragem... Pois, depois dessa, eu também tomei coragem. Sabe seu marido? Eu tive um caso com ele, Eulália.

- Vagaba, safada.

- calma, Eulália. Estamos no um a um. Você pegou meu marido, eu peguei o seu. Jogo empatado.

- Nada disso, Rosenice. Ficar com seu marido uma vez não é ter um caso com ele. E você teve um caso com o meu que, aliás, é mais gos...

- eu sei... mais gostoso que o meu. Porque você acha que eu peguei ele, heim? Meu marido é só o trivial e quando não tem futebol, filme, ou a novela está chata.

- Quase nunca...

- E nos intervalos...

- Mas daí a você ter um caso com meu marido, pô...

- Eulália, se situe. Seu marido é o melhor amigo do meu marido. Marquei com ele para conversar, tipo para pedir uma luz. Bom, ganhei outra coisa.

- Quando?

- Quando o que?

- o caso, quando?

- ah, faz tempo.

- E durou?

- Alguns meses, até que meu marido descobriu. Nos viu juntos no shopping.

- E foi afogar as mágoas no bar.

- Como você sabe?

- Ele contou, ora. Por alto, sem dar nome ao canalha que, aliás, era meu marido.

- Bom, no troca-troca eu tive vantagem.

- Que vantagem? Você voltou pro seu, eu voltei para meu marido, a vida continuou.

- Até que você se divorciou, querida. Seu marido trocou você por uma perua muito mais nova.

- E o seu? Trocou você por um tribufu, esqueceu?

- Mas o seu teve uma caxumba e broxou de vez...

- Depois que se separou para ficar com a ninfeta, mas o seu... Sei não, aquele reboladinho suspeito. Aquela mulher horrorosa que ele arrumou...

- Eulália. Estou achando isso uma tremenda frescura.

- Isso o que, Rosenice? Esse papo? Se for o papo não tem nada a ver.

- Pois é, amiga. Abalar nossa amizade por bobagens e eu tenho uma novidade. Estou ficando com um surfista...

- Heim? Surfista? Por acaso tem uns 25 anos, loiro, alto, olhos verdes?

- Você conhece?

- E ainda diz que é minha amiga...



AUTORIA: MARIA DE FATIMA DANNEMANN

Jornalista - DRT/ba - 786
PIADA RECEBIDA VIA NET

Ao ver o marido vestindo o paletó, a esposa perguntou:
- Aonde você vai?
- Vou ao médico - respondeu ele.
E ela:
- Por quê?! Você está doente?
- Não. Vou ver se ele me receita esse tal de Viagra.
A esposa levantou-se da cadeira de balanço e começou a vestir o casaco.
Ele perguntou:
- E você? Aonde você vai?
- Ao médico também - respondeu ela.
- Por quê?
- Quero pedir para tomar uma vacina antitetânica.
- Mas, por quê?
- Vai que essa coisa velha e enferrujada volte a funcionar.