Thursday, May 31, 2007

REEDIÇÃO


"O amor que tu me tinhas acabou em baixaria"

Fatima Dannemann

Quem diria: a Cinderela e o Príncipe das Alagoas se separaram. Pior, na maior baixaria. Bom, essa noticia me chegou com uns dois ou três meses de atraso. Culpa das revistas das salas de espera de médicos, dentistas, fisioterapeutas, salões de beleza e esses lugares que a gente precisa ir de vez em quando (na verdade eu não vou ao fisioterapeuta. Minha mãe é que vai. Eu apenas acompanho e aproveito para ler revista de graça). Estava lendo, o queixo foi par ao pé. Comentei em voz alta:
- Uau, Collor e Rosane se separaram...
Alguém respondeu:
- dos anos...
Outro:
- já separou tarde
Em outros tempos se o Brasil não estivesse afundado na lama das maracutaias, fraudes, corrpuções e CPIs atuais, o caso ia parar nas manchetes de todos os jornais. Seria que nem o fim do casamento de Ronaldo e a Cicarelli, uns meses atrás. Pois é. Os dois sócios no crime... er, os dois pombinhos da República das Alagoas resolveram cantar aquela música de Chico Buarque: eu vou deixar a medida do Bonfim, não me valeu...
No caso, a medida do Bonfim são os bens de Collor que ele alega que Rosane não tem direito e vem brigando com ela por conta disso. O resto? "pode guardar, o resto é seu" e foi o que Fernando fez. Encaixotou tudinho e mandou de São Paulo para Maceió onde a ex-primeira dama, a mulher que inaugurou a peruice em território brasileiro, só faz chorar, chorar, chorar. Ah, e recitar versículos da Bíblia, pois depois de toda lama, impeachment, excesso de enfeites e dourados, Rosane ex-Collor agora apenas Malta resolveu virar crente e se converteu a uma seita evangélica. E a revista contou tudo com uma riqueza de detalhes em que só faltou o nome de algumas fontes o que contradiz o que eu digo: jornalista não ouve dizer, jornalista apura...
Tudo teria começado, segundo a revista, quando a mãe de Rosane faleceu. As relações com Collor (aquele poço de frieza, diga-se de passagem) foram ficando abaladas. Ai, ele resolveu reformar uma casa, contratou uma arquiteta e no tirar as medidas daqui, projetar um quarto de lá, ele se envolveu e engravidou a moça que, ao que tudo indica, pode ser a próxima Senhora Collor de Mello.
Rosane não deixou barato não. Ela chora, sim, mas resolveu brigar na justiça pelos direitos dela (bom, Collor paga uma pensão indecentemente maior do que a maioria dos salários brasileiros. Mas, considerando-se todo o mico que a mulher de um político nesse país precisa pagar, é muito pouco. Embora Rosane não seja nenhum querubim). E essa briga promete ser quase tão emocionante quanto à condenação de José Dirceu (tem que sair em nome da Justiça que o PT - ainda - prega).
Toda essa baixaria amorosa passou ao largo dos holofotes. Claro. Aconteceu ao mesmo tempo em que mensalão, Dirceu, Delúbio eram denunciados, em que Severino ainda aprontava algumas antes de ser cassado, em que Maluf era preso, e que Tião e Sol decidiam ficar com Simone e Ed na reta final da novela América. Mas a vida real apenas parece novela. Muitos casamentos, infelizmente, acabam assim. Sejam alianças políticas, seja a união de uma perua com o presidente que limpou o bolso dos brasileiros com um plano econômico maluco para se revelar nem tão honesto como dizia. Pois é... Rosane deve cantar que o anel que Collor deu a ela não era vidro e ainda está inteiro. Mas o amor que ele tinha? Ah, acabou em baixaria. E ninguém sentirá falta.

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