Thursday, October 29, 2009

Um ponto no mapa - Rio Vermelho, um bairro de muitas faces

Morei no Rio Vermelho em duas épocas da minha vida. No Parque Cruz Aguiar, quando eu era pequena, no Morro do Conselho, na adolescência. Não faz muito tempo, mas quando eu morei lá, este bairro era "afastado", sem muitas opções além do cinema (hoje uma igreja de "crente") onde sempre reprisavam os mesmos filmes de Tarzan, mas que, de vez em quando, traziam novidades como Romeu e Julieta, aquele de Zefirelli com atores adolescentes. O tempo passou, a cidade descobriu o bairro que cresceu e hoje se divide entre hotéis de luxo, prédios bacanas e casas antigas muitas delas transformadas em restaurantes e bares transadinhos.

          O "Red River" como eu e muitos chamamos na brincadeira, está ligado a história de Salvador e do Brasil. Foi lá que Caramuru naufragou, deu os tiros, espantou os índios para depois encontrar a bela Catarina Paraguaçu (a que viu Nossa Senhora que, em minha opinião, devia ser N.S da Bahia, mas deixa pra lá que isso é outra historia). No bairro funcionou um colégio tradicionalíssimo que, infelizmente, não existe mais, o Tereza de Lisieux. Tem colégios, igrejas, restaurantes, a academia mais chic da cidade, a Vila Forma, endereços como o Mercado de Peixe onde muita gente vai "rangar" nas madrugadas.

          Dia dois de fevereiro, o bairro fica em festa com as homenagens a Yemanjá que acontecem no entorno do Largo da Igreja de Santana. A fama de sossegado de seus primeiros tempos atraiu para o bairro moradores famosos como o escritor Jorge Amado e vários artistas plásticos famosos como Jenner Augusto. Alem de hotéis de grande porte como o Blue Tree Tower, dois da rede Accor e um da rede Pestana, o bairro, que tem vocação turística por natureza graças a posição de "meio de caminho" entre Itapuã e o Centro de Salvador e a suas belas praias entre as quais a do "Buracão" (foto), abriga pousadas e hoteis boutiques (aqueles exclusivíssimos e caros). Um dos primeiros hotéis a funcionar no bairro foi a Enseada das Lages numa bela casa no alto do morro da Paciência, hoje residência de uma conhecida cantora baiana.

 

Texto: Experiência Pessoal

 

 

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